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Brasileiros gastam o triplo em roupa; moradia "pesa" nos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os gastos com vestuário pesam mais que o triplo no orçamento das famílias de classe
média do Brasil na comparação
com as dos EUA.
Roupas, calçados e outros
acessórios comprometem 13%
do orçamento brasileiro, ante
3,99% do americano.
Em férias em Nova York com
a mulher e os dois filhos, o diretor de marketing Eduardo Costa, 42, diz perceber claramente
a discrepância nos preços das
roupas. "São muito, muito mais
baratas aqui. Comprei um terno em Nova York que custou
US$ 250 [cerca de R$ 400], mas
que sairia por pelo menos R$
1.000 em São Paulo", diz ele,
que já havia estado na cidade
em novembro para passeios e
compras, e voltou, desta vez,
preparado para aproveitar as
oportunidades de consumo.
Alimentação é outro item
que responde por uma fatia
maior das despesas da classe
média brasileira. Corresponde
a 19% no orçamento total, contra 15,92% nos Estados Unidos.
A comparação é baseada em
dados da pesquisa TNS Inter-
Science, no Brasil, com famílias
com renda mensal de R$ 6.500
a R$ 12 mil, e informações do
governo americano sobre gastos de trabalhadores assalariados, que o escritório de estatísticas do Departamento de Trabalho toma como referência
para classe média -nesse grupo, a renda média mensal de
uma família sustentada por
duas pessoas, como pai e mãe,
por exemplo, é de US$ 8.000
(cerca de R$ 12,7 mil). Ao contrário da tabela brasileira, contudo, a americana não detalha o
dinheiro destinado a investimentos, que, segundo a pesquisa, é de 7% no Brasil.
As vantagens percentuais em
diversos itens do orçamento, é
claro, se revertem em ao menos
um item. Hospedado em hotel
enquanto passeia pela maior cidade dos EUA, Costa passa longe do gasto que mais pesa para
os americanos, a moradia.
Os gastos médios da população de classe média com habitação (aluguel, condomínio,
energia elétrica etc), de 11% no
Brasil, chegam a comprometer
40% do orçamento médio americano. Contudo, o orçamento
com habitação nos Estados
Unidos inclui, em grande parte
do país, despesas que não são
comuns nos lares brasileiros,
como óleo para sistema de
aquecimento da casa.
Entre os gastos com educação (que compreendem despesas com mensalidades de escolas ou faculdades e livros, entre
outros itens), a diferença também é grande.
A parcela da classe média
brasileira retratada na pesquisa
TNS InterScience gasta, em
média, 11% de seu orçamento
com estudo. Entre os norte-americanos, a fatia é de 2,38%.
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