São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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Crédito-prêmio do IPI ainda não teve solução

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os créditos que o governo pretende receber das empresas, há duas questões referentes ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Uma delas está solucionada; a outra, não.
A questão pendente refere-se ao crédito-prêmio do IPI concedido às empresas exportadoras. A Receita Federal questiona o período de vigência desse crédito. Criado em 1969 para incentivar as exportações do país, o prêmio foi usado por muitas empresas até a década de 90.
O fisco questiona o período de vigência desse incentivo. Em junho do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o benefício terminou em outubro de 1990 -dois anos após a promulgação da Constituição. Mas a decisão final ainda terá de ser dada pelo Supremo Tribunal Federal.
Para o advogado Plínio Marafon, do escritório Braga & Marafon Consultores e Advogados, o governo terá de oferecer uma boa vantagem, como redução de multa e juros e outras facilidades de pagamento, para que as empresas sintam-se motivadas a pagar o tributo antes da decisão final do STF.
"Quem está discutindo a questão no Supremo não tem motivos para pagar agora. A menos que a vantagem oferecida seja muito boa", diz o advogado. Ou seja, será preciso que a empresa sinta-se motivada a desistir do recurso, pagar a dívida e pôr fim à disputa judicial.
O segundo caso refere-se ao IPI devido nas compras de matérias-primas com alíquota zero e não-tributadas. O Supremo Tribunal Federal decidiu em 2007, por 6 votos a 5, que as empresas terão de recolher o imposto que deixou de ser pago naquelas compras (muitas empresas tinham obtido liminar para não pagar o tributo nos dois casos). Ainda em 2007, por 10 votos a 1, os ministros do STF decidiram que o pagamento tinha ser retroativo aos últimos cinco anos.
Para Marafon, qualquer vantagem oferecida pelo governo será interessante para as empresas, uma vez que a questão envolvendo matérias-primas com alíquota zero e não-tributadas já está solucionada, ou seja, quem não pagou terá de pagar. Se houver vantagem, melhor.
As compras isentas do imposto continuam gerando crédito às empresas.


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