São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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Inflação nos EUA ao produtor é a maior em 17 anos

DA REDAÇÃO

O PPI (índice de preços ao produtor norte-americano) atingiu, no mês passado, o seu maior nível em 27 anos, mostrando que os aumentos se espalharam pelo restante da economia dos Estados Unidos, não ficando mais restritos à energia e aos alimentos. Nos 12 meses encerrados em julho, a inflação ao atacadista avançou 9,8% -0,6 ponto percentual mais que no acumulado até junho e a maior marca desde 1981.
Além da alta expressiva, chama a atenção que os aumentos não ficaram restritos aos preços de energia e alimentos, o que não ocorrera nos meses anteriores. O núcleo do PPI -que exclui alimentos e energia, itens considerados mais voláteis- subiu 0,7% em julho ante o mês anterior e 3,5% no acumulado de 12 meses (a maior alta em 17 anos). Já o índice cheio se expandiu em 1,2% no mês passado.
O mesmo cenário já aparecera no CPI (inflação ao consumidor), com os aumentos nos preços de energia e alimentos se espalhando pelo restante da economia, em itens como alimentos, bebidas e vestuário. Em julho, o CPI teve o maior avanço desde o início de 1991, subindo 5,6% no acumulado de 12 meses. Na comparação com junho, a alta foi de 0,8%.
Com a valorização do dólar e a cotação do petróleo caindo nas últimas semanas (queda de 7,7% neste mês), os preços de energia devem cair, mas a dúvida é se os demais componentes da inflação reagirão da mesma maneira. Os dados também deverão ser acompanhados com atenção pelo Fed (o banco central dos EUA), que tem o combate à inflação como uma das suas prioridades.
Já a construção de casas novas caiu, em julho, para o seu menor nível em 17 anos. No mês passado, o índice recuou 11%, para 965 mil residências na taxa anualizada. O setor de construção é um dos mais afetados pela crise nos Estados Unidos e muitos analistas dizem que a recuperação da economia norte-americana depende de os problemas nessa área chegarem ao seu final.


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