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Bolsa escapa de perdas pelo mundo com alta de 0,59%
Ações recuam com inflação nos EUA; dólar cai a R$ 1,627
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados econômicos decepcionantes nos EUA derrubaram as
Bolsas nos principais centros
financeiros. A exceção ontem
foi o mercado brasileiro -a Bovespa terminou com alta de
0,59%, amparada na apreciação dos papéis da Petrobras.
Todavia a queda da Bovespa
acumulada no mês ainda é muito expressiva, de 9,86%.
A queda de ontem levou o índice Dow Jones a ficar no vermelho no mês, com baixa de
0,17%. No pregão de ontem, o
índice, que reúne as 30 ações
americanas de maior liquidez,
caiu 1,05%. Para a Bolsa eletrônica Nasdaq, as perdas de ontem foram de 1,35%.
O dia começou com o resultado da inflação ao produtor
americano (PPI na sigla em inglês), que mostrou resultado
pior que as projeções dos analistas, com alta de 1,2% em julho. A pressão inflacionária indesejada pode forçar o Fed (o
banco central dos EUA) a elevar os juros no país em breve.
Na Europa, os pregões foram
ainda mais negativos: queda de
2,38% na Bolsa de Londres, de
2,34% em Frankfurt e de 2,64%
em Paris. Na Bolsa de Tóquio, o
principal índice acionário, o
Nikkei, recuou 2,28%.
Outro dado americano que
reforçou o clima pessimista foi
o que mostrou que a atividade
de construção de novas moradias recuou 11% no mês passado, o que levou a taxa, ajustada
anualmente, a seu mais baixo
patamar em 17 anos.
"O cenário internacional
continua impregnado de pessimismo. O PPI acelerou fortemente em julho e trouxe de novo a inflação para o centro do
debate. Não bastasse isso, o
mercado imobiliário continua
com expressiva desaceleração",
afirma Pedro Paulo Silveira,
economista-chefe da Gradual
Corretora.
O setor financeiro, outro foco
de preocupação, não deu trégua. Uma notícia do "Wall
Street Journal", que disse que o
Lehman Brothers poderia se
ver forçado a vender parte de
seus negócios, fez com que as
ações do banco despencassem
13,04% na Bolsa de Nova York.
Outras grandes instituições tiveram perdas acentuadas, como o Bank of America (4,16%) e
o JPMorgan Chase (3,16%).
Para piorar o clima, Kenneth
Rogoff, ex-economista-chefe
do FMI, afirmou que um grande banco americano pode quebrar devido à gravidade da crise
financeira internacional.
Ganhos
O que salvou a Bovespa ontem -que na segunda havia fechado em seu mais baixo nível
em quase um ano- foi a valorização das ações da Petrobras,
que subiram 2,99% (preferenciais) e 2,93% (ordinárias).
O cenário pouco favorável
nos EUA permitiu que o barril
de petróleo, que tem perdido
valor nas últimas semanas, recuperasse-se ontem. O produto
foi negociado a US$ 114,53 em
Nova York, com alta de 1,47%.
"O que definiu o resultado do
Ibovespa foi a alta da Petrobras.
Mas ainda há muita dúvida em
relação à Bolsa e não dá para
afirmar que ela vai retornar a
seus melhores momentos até o
fim do ano", diz Silveira.
As ações da Vale, que ocupam
a segunda posição em negociações e peso na formação do Ibovespa, também terminaram
ontem em terreno positivo. Para as ações preferenciais "A" da
Vale, a alta foi de 1,51%; as ordinárias subiram 1,53%.
Como destaque de ganhos
ontem apareceram os papéis
ON da BM&F, com alta de
10,99%, e da Bovespa Holding,
que subiram 10,24%. No pregão
de hoje, os dois papéis serão
unificados, passando a ser
BM&FBovespa ON.
No mercado de câmbio, o dólar terminou com baixa de
0,73%, vendido a R$ 1,627.
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