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Brasil será a oitava maior economia em 2030, diz estudo
Segundo pesquisa da FGV e da Ernst & Young, o PIB do país crescerá 150% em 22 anos, atingindo US$ 2,4 trilhões
A universalização da educação, a estabilidade de preços e a mobilidade social, que fará crescer o consumo, impulsionarão o país
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
A um ritmo médio de 4% ao
ano, a economia brasileira terá
crescido 150% até 2030. O PIB
(Produto Interno Bruto), então, chegará aos US$ 2,4 trilhões e o consumo das famílias
passará do atual R$ 1,41 trilhão
para R$ 3,3 trilhões. O Brasil
saltará da décima maior economia para a oitava e terá o quinto
maior mercado consumidor
mundial. Esse é o futuro que a
FGV (Fundação Getulio Vargas) e a empresa de auditoria e
consultoria Ernst & Young vislumbram para o país, segundo o
estudo "Brasil Sustentável
-Crescimento Econômico e Potencial de Consumo", divulgado ontem.
Os propulsores do avanço serão a universalização da educação, a estabilidade de preços e a
mobilidade social, causada pelo
aumento da renda. "Tal processo faz crescer a classe média e
gera uma oportunidade de expansão do mercado consumidor nunca vista antes", afirma o
professor Fernando Garcia, da
FGV Projetos. De acordo com
as projeções que fazem parte da
pesquisa, a classe mais baixa, a
E (renda mensal até R$ 1.000),
vai recuar à taxa média de 0,4%
ao ano, encolhendo do tamanho de 31,7 milhões de famílias
em 2007 para 29,1 milhões de
famílias em 2030.
Nesse mesmo período, a C
(renda entre R$ 2.000 e R$
4.000) crescerá a 4,2% ao ano,
chegando a 21,8 milhões de famílias, e a B (renda de R$ 4.000
a R$ 8.000) aumentará 5,4% ao
ano, até atingir 11 milhões de
famílias.
O mercado consumidor terá
uma elevação média de 3,8%
por ano nesse intervalo. "Essa
evolução é superior à das economias maduras", diz Sergio
Citeroni, sócio da Ernst &
Young. Com esse contingente
de consumidores, o Brasil vai
superar a França, o Reino Unido e a Alemanha no ranking dos
maiores mercados.
No entanto, entre as potências emergentes que fazem parte do grupo Bric, será apenas o
terceiro, atrás da China e da Índia. Já a Rússia ocupará a 10ª
posição mundial. "O seu mercado consumidor vai se enfraquecer por conta de dois problemas de saúde pública: a epidemia de Aids e o alcoolismo",
comenta Garcia.
Produtos
Os números a respeito do
mercado consumidor servem
de base para o planejamento de
longo prazo das empresas. Por
exemplo, diante do envelhecimento da população brasileira,
fruto da redução da taxa de natalidade e do crescimento da
expectativa de vida, os fabricantes de produtos infantis terão que sofisticar as suas linhas
para não perder participação.
Os ramos de produtos que
mais crescerão até 2030 são os
de higiene pessoal e limpeza
(4,8% ao ano), saúde (4,4%) e
serviços financeiros (4,4%). Os
do segmento de educação e cultura subirão 4,3% por ano -como terão menos filhos, sobrará
dinheiro nos orçamentos das
famílias para esses itens.
O grupo dos alimentos "in
natura" apresentará a menor
alta média, de 2,5% ao ano. Já a
alimentação fora de casa, ao lado da hospedagem em hotéis,
subirá 3,6% por ano.
De acordo com Garcia e Citeroni, o cenário considera que
problemas estruturais do Brasil, como a infra-estrutura precária (energia elétrica, rodovias, portos), serão razoavelmente superados, de maneira
que não irão atravancar o desenvolvimento.
Para as indústrias, o principal desafio será o investimento
em pesquisa e inovação tecnológica. "As empresas terão que
se esforçar para diferenciar as
suas marcas", frisa Citeroni.
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