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Local da nova central nuclear será definido em outubro
BA, SE, AL e PE já manifestaram interesse em projeto
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Eletronuclear começará a
escolher o local para a nova
central nuclear no Nordeste
em outubro. Segundo Leonam
dos Santos Guimarães, assistente da presidência da estatal,
os governos da Bahia, Sergipe,
Alagoas e Pernambuco já mostraram interesse em receber a
nova central.
Em reunião realizada na segunda-feira em Brasília, o governo definiu que o programa
nuclear brasileiro incluirá a
construção de duas novas centrais nucleares, uma no Nordeste e outra no Sudeste, onde
já existe a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. O local
reúne as usinas de Angra 1 e 2 e
é onde será construída a usina
de Angra 3.
Cada central contará com
duas usinas de 1.000 MW cada
até 2030, mas elas terão capacidade para a construção de até
seis usinas. "Para ter uma idéia,
uma central completa com as
seis usinas seria equivalente a
meia Itaipu", disse.
Segundo Guimarães, o processo de escolha do local levará
em conta aspectos como a necessidade de uma fonte fria para resfriamento dos sistemas
da usina, proximidade de linhas
de transmissão e dos centros de
consumo.
"Os maiores centros no Nordeste são Recife e Salvador e o
local deve ficar entre esses dois
centros, próximo do mar ou de
um rio e perto também de linhas de transmissão", disse.
Um dos pontos mais citados
no setor é a região às margens
do rio São Francisco. O executivo destacou ainda que há necessidade de fácil acesso para o
transporte de grandes componentes e equipamentos, o que
restringe a possibilidade de interiorização das usinas.
De acordo com Guimarães, o
local da nova central no Sudeste só será definido em 2010. No
ano passado, no entanto, a Eletronuclear afirmou que cogitava construir uma central no Estado de São Paulo durante os
estudos de reativação do programa nuclear brasileiro. Os locais estudados no Sudeste ficavam às margens do baixo Tietê,
em São Paulo, entre Ibitinga e
Três Irmãos, às margens do rio
Grande (São Paulo ou Minas
Gerais) e próximo ao rio Doce,
no Espírito Santo.
Metas
Um dos principais temas discutidos na reunião na segunda-feira foi a criação do depósito
de rejeitos de longo prazo. Segundo Guimarães, o depósito
definitivo de rejeitos de baixa e
média intensidade deverá ficar
pronto até 2018. Nessa categoria se enquadram objetos como
roupas usadas, filtros de ar, entre outros. Atualmente são
guardados em depósitos iniciais no terreno da usina.
O projeto do "depósito intermediário de 500 anos" como
define a Eletronuclear deverá
entrar em operação em 2026.
As obras preparatórias de Angra 3 começarão em setembro,
como a regularização do terreno e impermeabilização. "A
construção da própria usina começará em abril", disse.
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