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Geradoras pedem renovação automática das concessões
Proposta apresentada ao governo federal inclui a renovação das usinas da Cesp
Meta da Abrage é garantir às atuais concessionárias a operação dos ativos sem o risco de perder a concessão ao fim do prazo do contrato
Raimundo Pacco - 20.fev.08/Folha Imagem
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Instalações em Paraibuna (SP) de usina da Cesp, uma das empresas que seriam beneficiadas
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
As companhias de geração de
energia com concessões de usinas baseadas no antigo modelo
do setor elétrico pediram ao governo federal a renovação automática dos contratos.
O pedido, aprovado pelos associados da Abrage (Associação
Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica), que
reúne geradoras estatais (como
Cesp, Cemig e Chesf) e privadas (como a Tractebel), foi
apresentado ao secretário-executivo do Ministério de Minas e
Energia, Márcio Zimmermann.
O encontro aconteceu na quarta-feira, dia 13.
O governo federal criou uma
comissão para analisar sugestões sobre o problema, que pode atingir geradores responsáveis por 20.000 MW de capacidade instalada e que envolve as
grandes geradores federais.
Até 2015, um quinto da capacidade pode ter de ser devolvida ao poder concedente devido
ao fim do prazo de concessão. A
expectativa da Abrage é conseguir um acordo final com o governo ainda neste ano e evitar
esse risco. Há grande confiança
no setor em relação a esse pedido. A mudança terá de ser apresentada pelo Executivo via projeto de lei, que será negociado
no Congresso Nacional.
O objetivo da proposta é eliminar definitivamente a exigência, prevista no atual modelo, de devolução do ativo ao poder concedente com o fim do
prazo da concessão.
O problema afetou diretamente o leilão de privatização
da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Em março, o
governo paulista tentou pela
terceira vez, sem sucesso, vender a estatal, mas o prazo exíguo das concessões das usinas
de Jupiá e Ilha Solteira afastou
o interesse dos investidores.
Ambas têm concessões com
vencimento em 2015.
Desde então, o governador
José Serra tenta um acordo
com o governo federal para a
renovação da concessão das
duas usinas. A meta do governo
paulista é retomar o processo
de privatização. Segundo Flávio Antônio Neiva, presidente
da Abrage, a proposta da associação dos geradores seria baseada em algumas normas a serem cumpridas pelos concessionários, entre as quais o atendimento as regras operacionais
impostas pela Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica).
Neiva afirma que o setor ainda pode discutir exigências adicionais como a criação de mecanismos que beneficiem os
consumidores do ponto de vista tarifário ou mesmo o cumprimento de regras de investimento e modernização do parque gerador. "Não são coisas
que foram discutidas pela
Abrage, mas a associação pode
analisar propostas desse tipo",
afirma Neiva.
Além de propor a renovação
automática das concessões, a
Abrage quer que o governo federal permita a renovação para
as empresas tal como são hoje
(sem exigência de desmembramento), assegure o direto de
negociar a energia sem imposições de atendimento dos mercados regulado ou livre e respeite as peculiaridades de cada
concessionário em relação ao
tempo de concessão que ainda
lhe resta e as condições financeiras da empresa. A Abrage
também quer uma regra que inclua as estatais federais e estaduais e as geradoras privadas
na renovação automática.
Neiva afirma que a proposta
não inclui os grupos que acabaram de assinar os contratos de
concessão, como os consórcios
que construirão as usinas de Jirau e Santo Antônio, ambas no
rio Madeira (RO).
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