São Paulo, domingo, 21 de julho de 2002

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PAINEL S.A.

Latinidade
O economista Sebastian Edwards, da Universidade da Califórnia, acredita ser superficial falar em crise na América Latina. ""É uma região muito complexa e variada. Cada país se move com seu próprio ritmo. Aplicar padrões (do que ocorreu) de um país para outro não é adequado", diz o professor.

Turma dos desesperados
Edwards afirma que há no continente o chamado "bloco dos desesperados", formado por Argentina, Venezuela e Paraguai e Uruguai, mergulhados em profunda crise econômica.

Sem pânico
No caso do Brasil, diz que todos parecem ignorar "os progressos do governo FHC e os fundamentos da economia". Para ele, "a reestruturação da dívida não é necessária, mesmo com a ascensão de Lula". O discurso de compromisso fiscal do PT, diz, é importante para demonstrar a vontade de manter uma responsabilidade fundamental.

Pá de cal
Segundo Edwards, o Mercosul morreu em dezembro, quando o sistema bancário argentino ruiu. Ele afirma que o Brasil não deve se manter atado à Argentina, porque os dois têm ciclos políticos e econômicos distintos.

Cobrança
Luiz Carlos Delben Leite (Abimaq) reuniu-se com Reginaldo Arcuri (Ministério do Desenvolvimento) para solicitar ao governo mais empenho para acabar com a cumulatividade do PIS e da Cofins.

Desequilíbrio
A indústria nacional do setor tem um custo com esses tributos que, somado à CPMF, responde por 10% do preço final. Isso não ocorre com máquinas e equipamentos importados. Para Delben Leite, no mínimo nacionais e importados teriam de pagar os mesmos tributos.

Ânimo
O consumidor da região Sudeste se destaca na disposição para mudar hábitos e continuar a economizar energia, mesmo com o fim do racionamento, segundo pesquisa Abinee/Ibope, que será divulgada na quinta.

E-mail -
guilherme.barros@uol.com.br

ANÁLISE

Calmante caseiro

A sinalização de uma melhora no cenário econômico é muito mais resultado do movimento de figuras nacionais do que da entrada de Anne Krueger (FMI) em cena. Guilherme da Nóbrega, economista-chefe do Banco Fibra, diz que a aproximação de economistas de partidos de oposição com Armínio Fraga (BC) está arrefecendo os ânimos do mercado. Uma conversa entre Aloizio Mercadante (PT) e Armínio sinaliza uma transição mais tranquila, seja qual for o presidente eleito. "O acordo mais importante é com a atual direção do Banco Central, e não com Krueger", diz Nóbrega. Para ele, ainda não é possível dizer se haverá uma "boa" política econômica no próximo governo, mas pelo menos não devem ocorrer rupturas abruptas.


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