São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Tensão pré-sal já preocupa investidores internacionais

As discussões envolvendo o pré-sal e a criação de uma estatal de petróleo já começam a preocupar os grandes investidores internacionais. O problema são as indefinições do governo em relação ao modelo a ser adotado para a exploração do petróleo na camada do pré-sal da bacia de Santos.
Um dos entusiastas do país e investidor da Petrobras, o megainvestidor americano Mark Mobius, especialista em mercados emergentes, foi um dos primeiros a manifestar uma certa inquietação com essa falta de clareza do governo. Em entrevista ontem à Bloomberg, Mobius disse que "o Brasil é muito volátil e não é raro encontrar surpresas causadas por mudanças políticas".
Há poucos dias, o mesmo Mobius, bem menos cauteloso, tinha dito, em entrevista sobre emergentes para a revista "BusinessWeek": "O Brasil é o meu número um. O país tem feito tudo direito e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito escolhas certas nas políticas econômica e fiscal".
O maior receio por parte de especialistas e da diretoria da Petrobras é que toda essa discussão em torno do pré-sal acabe assustando os investidores, e eles serão fundamentais para a exploração do petróleo na área do pré-sal.
Para extrair o petróleo na área do pré-sal na bacia de Santos, será necessário um significativo volume de recursos, e a Petrobras sozinha não terá condições de arcar com essa massa de investimentos.
Segundo estimativas do banco suíço UBS, para extrair 50 bilhões de barris de petróleo do pré-sal, serão necessários investimentos da ordem de US$ 600 bilhões, uma montanha de dinheiro que exigirá a participação de outros investidores, além da Petrobras.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirma, no entanto, que os investidores não têm o que se preocupar. O mais importante, a seu ver, é que os contratos assinados até agora serão respeitados.
"Não há razão para os empresários ficarem irrequietos", diz Lobão.

TAÇA ARGENTINA
Laura Catena, proprietária das vinícolas Luca e La Posta, em Mendoza, na Argentina, está em São Paulo para apresentar seus vinhos a profissionais da enogastronomia; "eu encontrei no Brasil uma cultura sofisticada de vinhos, igual à das grandes capitais consumidoras", diz Catena; as garrafas da Luca e da La Posta são importadas pela Vinci, de Ciro Lilla, que na semana que vem traz ao país Noemi Marone Cinzano, que comanda as vinícolas Argiano, da Itália, e Bodegas Noemía

PESCADO
Guido Mantega (Fazenda) viaja, no dia 2 de setembro, ao Chile para participar de um congresso sobre fundo soberano. Ele deve se encontrar com Kristin Halvorsen, ministra da Fazenda da Noruega, país que mantém um fundo soberano a partir dos recursos obtidos com a exploração do petróleo. O Brasil estuda a criação de uma nova estatal do petróleo para cuidar das reservas do pré-sal, a exemplo do modelo adotado na Noruega para explorar sua reserva.

SINERGIA
Miguel Jorge (Desenvolvimento) abre o 8º Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público, no dia 27, em SP. Entre os temas, estão comunicação e sinergia entre governo e empresariado.

NO VASO
A cerâmica brasileira tem design atraente e bom preço na visão argentina, segundo pesquisa da Apex-Brasil. O dado orientará o Brasil Casa Design, em setembro, que quer estimular as vendas.

Londres passa Nova York em vendas de arte

O mercado de arte de Londres destronou o de Nova York em peças negociadas e em valor de vendas no primeiro semestre pela primeira vez em 20 anos, diz a Artprice, especializada em informações do mercado. Em Londres, 256 obras tiveram valor de venda superior a 1 milhão cada uma, com dois dos três maiores negócios fechados até junho, incluindo um Claude Monet por 46 milhões. Juntos, os dois países têm 77% do volume de vendas global, seguidos por China e França, que têm 11%. Superado pela primeira vez pela China em 2007, o mercado de arte francês vive uma desaceleração.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI



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