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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Tensão pré-sal já preocupa investidores internacionais
As discussões envolvendo o
pré-sal e a criação de uma estatal de petróleo já começam a
preocupar os grandes investidores internacionais. O problema são as indefinições do governo em relação ao modelo a
ser adotado para a exploração
do petróleo na camada do pré-sal da bacia de Santos.
Um dos entusiastas do país e
investidor da Petrobras, o megainvestidor americano Mark
Mobius, especialista em mercados emergentes, foi um dos
primeiros a manifestar uma
certa inquietação com essa falta de clareza do governo. Em
entrevista ontem à Bloomberg,
Mobius disse que "o Brasil é
muito volátil e não é raro encontrar surpresas causadas por
mudanças políticas".
Há poucos dias, o mesmo
Mobius, bem menos cauteloso,
tinha dito, em entrevista sobre
emergentes para a revista "BusinessWeek": "O Brasil é o meu
número um. O país tem feito
tudo direito e o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva tem feito
escolhas certas nas políticas
econômica e fiscal".
O maior receio por parte de
especialistas e da diretoria da
Petrobras é que toda essa discussão em torno do pré-sal acabe assustando os investidores,
e eles serão fundamentais para
a exploração do petróleo na
área do pré-sal.
Para extrair o petróleo na
área do pré-sal na bacia de Santos, será necessário um significativo volume de recursos, e a
Petrobras sozinha não terá
condições de arcar com essa
massa de investimentos.
Segundo estimativas do banco suíço UBS, para extrair 50
bilhões de barris de petróleo do
pré-sal, serão necessários investimentos da ordem de US$
600 bilhões, uma montanha de
dinheiro que exigirá a participação de outros investidores,
além da Petrobras.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirma, no
entanto, que os investidores
não têm o que se preocupar. O
mais importante, a seu ver, é
que os contratos assinados até
agora serão respeitados.
"Não há razão para os empresários ficarem irrequietos", diz
Lobão.
TAÇA ARGENTINA
Laura Catena, proprietária das vinícolas Luca e La Posta, em Mendoza, na Argentina, está em São Paulo para apresentar seus vinhos a profissionais da enogastronomia; "eu encontrei no Brasil uma cultura sofisticada de vinhos, igual à das grandes capitais consumidoras", diz Catena; as garrafas da Luca e da La Posta são importadas pela Vinci, de Ciro Lilla, que na semana que vem traz ao país Noemi Marone Cinzano, que comanda as vinícolas Argiano, da Itália, e Bodegas Noemía
PESCADO
Guido Mantega (Fazenda)
viaja, no dia 2 de setembro,
ao Chile para participar de
um congresso sobre fundo
soberano. Ele deve se encontrar com Kristin Halvorsen, ministra da Fazenda da
Noruega, país que mantém
um fundo soberano a partir
dos recursos obtidos com a
exploração do petróleo. O
Brasil estuda a criação de
uma nova estatal do petróleo para cuidar das reservas
do pré-sal, a exemplo do modelo adotado na Noruega para explorar sua reserva.
SINERGIA
Miguel Jorge (Desenvolvimento) abre o 8º Congresso
Brasileiro de Comunicação
no Serviço Público, no dia 27,
em SP. Entre os temas, estão
comunicação e sinergia entre governo e empresariado.
NO VASO
A cerâmica brasileira tem
design atraente e bom preço
na visão argentina, segundo
pesquisa da Apex-Brasil. O
dado orientará o Brasil Casa
Design, em setembro, que
quer estimular as vendas.
Londres passa Nova York em vendas de arte
O mercado de arte de Londres destronou o de Nova
York em peças negociadas e
em valor de vendas no primeiro semestre pela primeira vez em 20 anos, diz a Artprice, especializada em informações do mercado. Em
Londres, 256 obras tiveram
valor de venda superior a 1
milhão cada uma, com dois
dos três maiores negócios
fechados até junho, incluindo um Claude Monet por
46 milhões. Juntos, os dois
países têm 77% do volume
de vendas global, seguidos
por China e França, que têm
11%. Superado pela primeira
vez pela China em 2007, o
mercado de arte francês vive
uma desaceleração.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI
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