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AVIAÇÃO
TAM e Gol disputam espaço nas agências de viagens
Concorrência no setor aéreo chega à tecnologia para reservar bilhetes
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos bastidores da batalha pela
ocupação de assentos durante a
pior crise da história para o setor
de aviação, as companhias aéreas
vêm travando uma outra disputa,
essa por redução de custos e fidelização do consumidor por meio
de investimentos em tecnologia.
Ao longo de 2003, TAM e Gol
anunciaram produtos como totens de auto-atendimento para
check-in nos aeroportos e pela internet. A Varig aumentou a emissão de bilhetes eletrônicos, e a
Vasp lançou o seu "e-ticket".
No mês passado, um novo capítulo dessa disputa teve início. Foi
quando a TAM começou a testar,
em 12 agências de viagens, um novo software para distribuição de
passagens com agentes de viagens. O produto deve possibilitar,
segundo a empresa, uma economia anual de US$ 40 milhões.
O novo sistema integra, pela internet, o banco de dados da companhia aérea -incluindo informações sobre passageiros do programa de fidelidade- e os computadores de agentes de turismo,
que vendem atualmente cerca de
85% das passagens da empresa.
Alternativo
A economia vem principalmente do fato de o produto conseguir
"fugir" do chamado sistema GDS
(Global System Distribution), forma de distribuição de passagens
utilizada principalmente por
companhias aéreas mais antigas.
Com o GDS, o agente de turismo pode ter informações sobre
disponibilidade de vôos e tarifas
de empresas aéreas em todo o
mundo -e assim realiza reservas
e compras de passagens.
As grandes empresas aéreas têm
parcerias com todas as maiores
empresas de GDS, para fazer parte do "cadastro" do maior número de agentes de viagens possível.
Mas a conta fica cara. Cada vez
que uma reserva de bilhete de um
trecho de vôo é executada por
meio de um sistema como esse, a
companhia aérea paga, em média,
US$ 4 de taxa para a GDS.
O sistema de distribuição da
TAM, por ser próprio, deve permitir uma redução significativa
desse custo, segundo Gelson Pizzirani, vice-presidente de tecnologia da informação da empresa.
O produto deve ser implementado até junho deste ano em 10
mil agências de viagens por uma
empresa que opera um sistema
GDS, a multinacional Sabre.
A TAM assinou, no último mês
de novembro, um acordo com a
Sabre em que a autoriza a comercializar o novo produto com outras empresas do setor. A aérea receberá royalties cada vez que o
sistema que criou for utilizado.
No Brasil, a Sabre não poderá
operar o sistema com nenhuma
empresa aérea, além da TAM.
Com sistemas de bilhetes eletrônicos, as companhias economizam, em média, 40% do gasto
com emissão de passagens.
Apenas 10% das cerca de 450
companhias aéreas clientes da Sabre possuem bilhete eletrônico. A
TAM, que hoje emite 70% das
passagens por "e-ticket", investiu
US$ 6 milhões no produto.
Redução de preços
Com o lema "low fare, low cost"
(baixo custo, preços baixos), a Gol
também lançou, no final de 2003,
um produto que utiliza a estrutura de um sistema GDS para distribuir passagens aéreas por meio de
um sistema próprio.
A empresa desenvolveu um
programa que permite colocar o
sistema de reservas da Gol dentro
do sistema da GDS Amadeus. Antes, a companhia só fazia parte do
"cadastro" da Sabre.
"Realizamos essa parceria com
alguns agentes de viagens para
aumentar nossa participação entre agências que não têm Sabre e
que vendem Gol utilizando apenas a internet. Eles perdem produtividade, porque têm que usar
telas diferentes", afirmou o vice-presidente de tecnologia e gestão
da Gol, Wilson Maciel Ramos.
A situação da companhia é diferente das outras aéreas em relação
a custos porque a empresa, que
começou a operar em 2001, já chegou ao mercado com um sistema
moderno de distribuição.
A Gol emite 100% de seus bilhetes eletronicamente e comercializa 70% das suas passagens por
meio do seu site na internet
-tanto para o consumidor final
como para o agente de viagem.
(MAELI PRADO)
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