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INVESTIMENTOS
Dados do BC indicam aumento de 5,43% de 2001 para 2002; paraísos fiscais no Caribe são os preferidos
Brasileiros declaram ter US$ 72 bi no exterior
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 9.660 contribuintes pessoas
físicas e empresas, residentes, domiciliados ou com sede no Brasil
que entregaram, em 2003, as declarações de capitais no exterior
exigidas pelo Banco Central informaram que tinham US$ 72,325
bilhões em investimentos fora do
país ao final de 2002.
Esse valor é 5,43% superior aos
US$ 68,598 bilhões que 8.871 contribuintes declararam possuir ao
final de 2001.
Esses números foram levantados pelo Banco Central a partir
das declarações entregues em
2002 e no ano passado. A obrigatoriedade de entrega das declarações começou em 2002, com base
nos bens existentes em 31 de dezembro do ano anterior.
Naquele ano, seriam obrigados
a declarar os contribuintes com
bens de valor equivalente a R$ 200
mil. Resultado: 11.659 declarações
foram entregues, sendo 2.788
com bens abaixo do limite mínimo. Esses declarantes informaram possuir US$ 91,1 milhões.
No ano passado, o BC elevou o
limite mínimo que obrigava a declarar para R$ 300 mil. Com isso,
o número de declarações entregues caiu para 10.164, mas apenas
504 estavam abaixo do limite
-esses contribuintes declararam
bens no valor de US$ 21,1 milhões.
Os paraísos fiscais no Caribe são
os preferidos dos investidores. As
Ilhas Cayman detinham US$ 24,6
bilhões em 2002 (US$ 19,62 bilhões em 2001), seguidas pelas Bahamas (US$ 7,51 bilhões e US$
6,59 bilhões, respectivamente) e
Ilhas Virgens Britânicas (US$ 5,98
bilhões e US$ 7,96 bilhões).
Os EUA detinham US$ 7,48 bilhões em 2002 (US$ 8,44 bilhões
em 2001). Em depósitos, entretanto, os EUA têm a preferência, com
US$ 5,31 bilhões (67%) dos US$
7,89 bilhões declarados em 2002.
O Reino Unido vem a seguir, mas
com apenas US$ 606 milhões.
O BC informa que, segundo a
classificação da Receita para paraísos fiscais (não tributam a renda ou a tributam abaixo de 20%),
os países assim considerados detêm US$ 44,9 bilhões em apenas
cinco itens (empréstimos, investimento direto com participação
igual ou superior a 10%, financiamentos, depósitos e leasing).
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