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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Empresas de informática abrem guerra a produtos recondicionados
Grandes fabricantes de equipamentos de informática e de
eletrônicos declararam guerra
à importação de equipamentos
usados destinados à remanufatura no país. Segundo eles, boa
parte dessas máquinas entra
usada, é recondicionada e vendida como nova.
Estimativas da Abinee (Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica) revelam
que 30% dos notebooks vendidos no país como novos são recondicionados. "Não dá para
perceber", afirma Humberto
Barbato, presidente da Abinee.
"Só um especialista detecta que
essas peças são usadas."
A japonesa Canon é uma das
multinacionais instaladas no
Brasil que decidiu abrir fogo
contra esse mercado. Segundo
Marco Ortega, diretor-geral da
empresa no Brasil, a situação é
grave porque o governo está
entre os maiores compradores
de artigos remanufaturados
vendidos como novos.
Para fazer a afirmação, Ortega ordenou o rastreamento de
todos os equipamentos Canon
que foram parar em escritórios
públicos. Também montou
uma "tropa de choque", formada por um time de advogados
que tenta apreender na Justiça
essas mercadorias e cancelar licitações públicas consideradas
por ele como duvidosas.
A alegação da Canon é a de
que a importação dos equipamentos foi ilegal. "Eles precisariam ter pedido a nossa autorização", diz Ortega.
Nos EUA, a Canon do Brasil
-que também vende equipamentos remanufaturados-
aparece na oitava colocação na
lista dos maiores importadores
de usados de sua própria marca. À sua frente, estão sete importadores brasileiros, que, segundo Ortega, agem de má-fé.
Ricoh, Lexmark, Hewlett-Packard, Xerox, entre diversos
fabricantes de copiadoras multifuncionais e outros produtos
para escritório, também enfrentam problema semelhante.
O governo alega que todas as
licitações contestadas seguiram os critérios previstos nos
editais e que os importadores
envolvidos nessa disputa trazem mercadorias com licença
de importação e autorização
para remanufatura de máquinas, ambas concedidas pelo Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior.
As importadoras brasileiras
afirmam que compram de empresas que detêm a propriedade das máquinas usadas no exterior e que as fabricantes querem criar reserva de mercado
para os remanufaturados.
TERRA À VISTA
A rede de ensino Luiz
Flávio Gomes, que oferece cursos preparatórios
para concursos públicos e
formação em pós-graduação, começa a ampliar as
opções oferecidas para os
brasileiros que moram
nos Estados Unidos.
"Muitos já têm data para
voltar e querem se preparar para competir em pé
de igualdade quando chegarem e prestarem concursos aqui", diz Luiz
Flávio Gomes, diretor-presidente da rede. A empresa abrirá, em outubro,
duas unidades em Boston
e duas em Orlando- a
LFG já tem duas escolas
em Miami, onde há cerca
de 120 alunos. Gomes
afirma que os brasileiros
nos EUA também têm interesse em cursos de graduação a distância. "Percebemos que eles querem
a graduação e vamos redirecionar o trabalho."
Em outubro, a LFG começará a oferecer, em
Miami e nas novas unidades americanas, cursos a
distância de formação de
professores, pedagogia,
economia e administração. No Brasil, as opções
também serão oferecidas
em unidades da rede.
Johnnie Walker lança campanha
O desenho-símbolo da
Johnnie Walker, que mostra
um homem caminhando,
completa cem anos. A marca
lança a campanha Strides
para lembrar a data em várias partes do mundo e também edição limitada de uma
garrafa de Black Label.
A idéia é reforçar a associação da marca e da frase
"keep walking" (continue
caminhando) ao progresso
pessoal dos consumidores.
David Gates, diretor global de marca da Johnnie
Walker, diz que os últimos
nove anos -quando a frase
foi acrescentada ao desenho- foram decisivos para a
consolidação da imagem. "O
desenho representa o que
nós advogamos ser a nossa
marca. O poder é incrível."
Em pesquisa realizada
com 80 consumidores no
Brasil, por exemplo, as
idéias relacionadas com a
marca foram "progresso na
vida", "energia" e "busca por
objetivos pessoais".
O Brasil é o segundo mercado mais importante para a
Johnnie Walker e o maior
do mundo em Red Label.
Gates morou no Brasil de
1995 a 2000, quando trabalhava na área de marketing
da empresa no país.
O executivo tem duas filhas que nasceram em São
Paulo: Isabela, 10, e Mariana, 8, que vai à escola vestida
com a camisa da seleção brasileira e torceu para o país na
última Copa do Mundo, para
decepção do pai inglês.
NO MAPA
São Paulo e Ribeirão Preto vão ganhar sedes representativas da região de Abruzzo, na Itália, neste mês. A Feabra (Federação das Associações de Abruzeses no Brasil) inaugura
dois showrooms para, segundo Franco Marchetti, presidente
da Feabra, promover o turismo e os produtos de Abruzzo
em países onde há potencial. "O governo da região de Abruzzo investe para abrir sedes fora da Itália." A primeira foi na
Romênia. Há estudos para aberturas em localidades do Canadá, da Argentina e da Austrália. Abruzzo tem áreas agrícolas, especialmente vinhedos e olivais, que produzem 3,6 milhões de hectolitros de vinhos -é a quarta maior produtora
da Itália, com volume de negócios de 350 milhões.
NERVOS DE AÇO
As vendas de aço bateram
novo recorde em maio e atingiram 366 mil toneladas, segundo o Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de
Aço). O instituto atribui o resultado à antecipação das
compras por conta dos aumentos e à forte demanda. Segundo o Inda, as fusões e aquisições verificadas no mundo
devem se repetir no Brasil. O
instituto diz que, por causa da
concentração global, pode haver alterações importantes no
desenho da indústria local.
SÃO LONGUINHO
Yahoo! e Claro anunciam,
amanhã, uma ferramenta de
busca para os clientes da operadora de telefonia. O portal
Claro Idéias contará com a
tecnologia da ferramenta
"onesearch" do Yahoo! para
que os clientes façam buscas
pelo telefone celular.
MOCHILA
A EF, especializada em educação internacional e em intercâmbio, inaugura loja própria no Rio em julho. No mesmo mês, a empresa abre uma
unidade em Brasília. Até o final do ano, serão cinco inaugurações, somando dez lojas
próprias. A empresa quer
crescer 40% no Brasil.
com JULIO WIZIACK, JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI
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