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Brasil espera pouco de nova oferta dos EUA
DE GENEBRA
A expectativa de que a negociação na OMC produza
avanços reais a partir de hoje
aumentou com o anúncio de
que os Estados Unidos farão
nova proposta de redução de
seus subsídios agrícolas. Mas
a diplomacia brasileira espera pouco da nova oferta.
No documento em discussão em Genebra, o teto máximo permitido para a ajuda da
Casa Branca a seus fazendeiros está entre US$ 13 bilhões
e US$ 16,4 bilhões por ano.
Os países em desenvolvimento, porém, dizem que o
corte é ilusório, já que mesmo o número menor seria
quase duas vezes o valor dos
subsídios concedidos nos
EUA em 2007, de cerca de
US$ 7 bilhões. Permitiria,
portanto, um aumento, em
vez de uma redução.
"Queremos desempenhar
uma liderança nesta Rodada
e faremos a melhor proposta
possível", disse a representante do Comércio dos EUA,
Susan Schwab, que cobrou
uma contrapartida dos países emergentes na forma de
cortes mais substanciais em
suas tarifas industriais.
Roberto Azevedo, principal negociador do Brasil na
OMC, não quis arriscar um
palpite sobre a proposta que
Schwab fará hoje, mas não
escondeu seu ceticismo.
"Certamente não será a que
nós queremos", disse.
A relutância dos países ricos em reduzir seu protecionismo agrícola é apontada
pelo Brasil e outras nações
emergentes como o principal
obstáculo para um acordo
em Doha. Com a disparada
dos preços das matérias-primas, esperava-se que o argumento em favor dos subsídios perderia força nos EUA.
Não foi o que ocorreu. Recente aprovação da Lei Agrícola pelo Congresso americano prevê concessão de cerca de US$ 300 bilhões pelos
próximos cinco anos.
(MN)
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