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Mercado já vê inflação superar o teto da meta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após quatro meses de elevações, a projeção do mercado financeiro para a inflação deste
ano já supera o teto da meta fixada pelo governo. Segundo levantamento semanal feito pelo
Banco Central, a estimativa
média de analistas já está em
6,53%, contra 6,48% da pesquisa anterior. O objetivo do BC é
manter a inflação em 4,5% ao
ano, mas se admite um desvio
de até dois pontos percentuais
para cima ou para baixo. Desde
2003 a inflação, medida pelo
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), não fica acima do teto da meta do governo.
A alta dos preços deve fazer
que o BC mantenha os juros
elevados por mais tempo do
que se imaginava. Amanhã, o
Copom (Comitê de Política
Monetária do BC) se reúne e,
segundo a pesquisa, a expectativa é de alta de 0,5 ponto percentual nos juros, o que levaria
a taxa Selic a 12,75% ao ano.
O levantamento aponta que
os juros devem subir para
14,5% ao ano até dezembro,
voltando a cair em 2009. Há
uma semana, apostava-se que a
taxa começaria a recuar em
abril. A nova pesquisa aponta
para uma queda na Selic só a
partir de agosto de 2009.
Segundo a pesquisa do BC, as
projeções para o IGP-M e o
IGP-DI neste ano -índices
muito influenciados pelos preços no atacado- estão em
11,96% e 12,03%, o que indica
pressão mais forte para repassar altas ao consumidor. Tais
índices também são referência
para reajustes de tarifas públicas e contratos de aluguel, o
que vai pressionar a inflação
para o consumidor. No levantamento, a estimativa para o IPCA em 2009 está em 5%.
A estimativa para o crescimento da economia não foi alterada. O PIB deve ter expansão de 4,8% neste ano e de 4%
no próximo. A previsão para o
aumento da produção industrial deste ano foi ligeiramente
reduzida, de 5,50% para 5,45%.
IGP-M
Pressionado pela alta dos
preços agrícolas no atacado, o
IGP-M ficou em 1,79% na segunda prévia de julho, pouco
abaixo da variação de 1,83% registrada no mesmo período de
junho, segundo a Fundação Getulio Vargas. Com novos aumentos das cotações de soja
(10,08% na segunda parcial de
julho), bovinos (7,46%) e milho
(12,43%), o IPA (Índice de Preços por Atacado) agrícola avançou 3,83% na segunda prévia de
julho. No mesmo período de junho, a alta havia sido de 2,26%.
A pressão dos bens agrícolas
anulou o efeito positivo da desaceleração dos preços industriais no atacado. Altas de grãos
como o milho (usado em rações) e dos bovinos rebateram
no preço da carne -alta de
12,69% no atacado.
Colaborou a Sucursal do Rio
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