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Bovespa se descola dos EUA e sobe 1,3%
Siderúrgicas e Petrobras são destaque; dólar cai a R$ 1,578
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com suas principais ações
em alta, a Bolsa de Valores de
São Paulo conseguiu se desgrudar do mercado norte-americano e encerrou o primeiro pregão da semana com valorização
de 1,31%, a 60.771 pontos.
Apesar de positivo, o resultado é tímido diante das perdas
acumuladas neste mês, que estão em 6,53%.
O mercado acionário americano não teve desempenho
muito animador. A Bolsa de
Nova York viu o índice Dow Jones encerrar com baixa de
0,25%. O setor farmacêutico teve pregão desfavorável, com
quedas de 11,61% da Schering-Plough e de 6,24% da Merck.
A Bolsa eletrônica Nasdaq
registrou recuo de 0,14%.
Até mesmo o setor bancário,
que ajudou a Bolsa de Nova
York nos últimos pregões, teve
um dia fraco. Destaque apenas
para as ações do Bank of America, que subiram 3,89%, após a
instituição divulgar seu resultado trimestral (leia à pág. B9).
A retomada de alta do petróleo também não foi uma notícia
muito boa para os pregões americanos. O barril do produto teve elevação de 1,68% ontem em
Nova York, para ser negociado
a US$ 131,04.
Para as ações da Petrobras, o
movimento do petróleo foi um
fator bem recebido. Suas ações
subiram 2,21% (preferenciais)
e 1,46% (ordinárias).
Mas o destaque do dia ficou
com os papéis do setor siderúrgico, que responderam à recuperação das commodities no
mercado internacional. As
ações preferenciais da Gerdau
subiram 5,21%, seguidas por Siderúrgica Nacional ON, com alta de 5,09%, e Usiminas PNA,
que ganhou 3,08%.
Os papéis da Vale também
conseguiram recuperar parte
das recentes perdas acumuladas. A ação ON da companhia,
que caiu 8,29% na semana passada, subiu 3,67% no pregão de
ontem; já a ação PNA, que sofreu desvalorização de 6,49%
na última semana, terminou
com alta de 3,08%.
Inflação e juros
A piora nas projeções reveladas pela pesquisa Focus, feita
pelo Banco Central com cem
instituições financeiras, não
atrapalhou nem a Bolsa nem o
câmbio. A pesquisa mostrou
que o mercado elevou sua projeção para o IPCA no ano para
6,53%, contra 6,48% do levantamento anterior.
Mesmo assim, a maioria do
mercado ainda prevê que a taxa
Selic irá ser elevada em apenas
0,50 ponto na reunião do Copom que acaba amanhã.
"As expectativas de inflação
estão subindo e dificilmente vai
haver algum refresco. Mas espero que haja uma alta de 0,50
ponto na Selic e que a taxa esteja em 14% no fim de 2008. Se o
Banco Central acelerar o ritmo
agora, com alta mais forte da
Selic, não seria fácil reduzi-lo
depois", afirma Constantin
Jancso, estrategista do banco
Santander.
O dólar encerrou vendido a
R$ 1,578, em queda de 0,69%
-no mês, a depreciação está
em 1,19%. A moeda americana
está em seu menor valor desde
19 de janeiro de 1999.
O único segmento do mercado prejudicado pelo Focus foi o
de juros futuros. Na BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas terminaram pressionadas, com os investidores
incomodados com a nova elevação nas expectativas para a
inflação. No contrato DI (que
mostra as projeções para os juros) que vence no fim do mês, a
taxa foi de 12,46% para 12,54%.
Já no contrato com resgate
programado para a virada do
ano, a taxa foi de 13,48% para
13,53% anuais.
"A política monetária funciona bem, mas seus efeitos levam
algum tempo para serem sentidos", afirma Jancso.
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