São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004 |
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CAMPO HI-TECH Projeto destina R$ 13,7 mi para estimar colheita por imagem do espaço Governo quer ver safra via satélite
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, quer conhecer o tamanho da safra brasileira antes dos norte-americanos. Para alcançar o objetivo, Rodrigues iniciou um projeto de R$ 13,7 milhões para passar a estimar a colheita do país por meio de satélites. Os Estados Unidos já detêm a tecnologia que pode ser usada para monitorar a safra brasileira. A primeira parte do projeto deverá ficar pronta no final de 2006. Com a inovação, será possível estimar as safras de café, milho, soja e cana até lá, de acordo com Sérgio Camelo, assistente da Superintendência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O maior desafio do projeto é aprender a ler as imagens dos satélites, que, uma vez desvendadas, vão permitir que o governo saiba em tempo real o que acontece no campo. O programa envolve a Embrapa, a Conab, o Ministério da Agricultura, universidades e órgãos federais ligados à pesquisa espacial. Hoje, para estimar a safra, a Conab envia técnicos a cada dois meses ao campo para entrevistar vendedores de insumos, agricultores e agentes financeiros. Depois, cruza os dados da pesquisa com as previsões de tempo para chegar a um cálculo da produção. Com o satélite, os técnicos terão a medida exata das áreas plantadas, além de poder acompanhar o desenvolvimento das plantas no campo. Não será a primeira vez que os satélites vão ajudar a agricultura. Em 1996, o governo deu início ao Proagro. O projeto, considerado um sucesso, usa pesquisas no campo, estudos sobre os regimes de chuva e solos e previsões climáticas de satélites para criar zonas de agricultura no país. Todo ano, os técnicos do Proagro publicam portarias nas quais indicam ao produtor de cada região do país o que plantar, em que dia semear e que tipo de tecnologia deve usar (com ou sem irrigação, plantio direto ou terras aradas etc.). Redução de perdas Segundo Luiz Rossetti, coordenador nacional do Proagro, as informações prestadas pelo programa reduziram de 15% para 1,3% as perdas entre o plantio e a colheita. "Diminuímos o risco", comemora Rossetti. O programa também reduziu o custo de seguros de crédito. Antes do sistema, um produtor de trigo precisava pagar 11,75% do valor do seu financiamento para obter um seguro contra a perda da safra por razões climáticas. Esse seguro desobriga o produtor a pagar o seu empréstimo no banco, caso haja quebra de safra. Com os resultados do Proagro, o prêmio do seguro caiu para 5%, afirma o coordenador nacional do programa. (AS) Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Economia invisível: Informalidade reduz crescimento do PIB Índice |
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