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Busca por vaga leva menos tempo
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos sinais de recuperação
no mercado de trabalho dos executivos é a diminuição no tempo
que esses profissionais levam para encontrar uma vaga.
Levantamento da empresa Lens
& Minarelli mostra que, no mês
passado, os executivos gastavam
6,3 meses para achar emprego. De
janeiro a junho deste ano, a média
era de aproximadamente 8 meses.
Em julho, o tempo gasto para se
recolocar no mercado foi menor
do que no ano passado, quando a
média era de 6,6 meses. Mais ainda está abaixo do tempo médio
dos anos 2000 (5,2 meses), 2001
(5,4 meses) e 2002 (5,7 meses).
"Essa redução é um sinal da melhora do emprego para os altos
executivos", diz Mariá Giuliese,
diretora-executiva da Lens & Minarelli, empresa que cuida de executivos em transição de carreira.
Na Gutemberg Consultores, o
tempo médio neste ano é de 3,2
meses, enquanto em 2003 era de
3,5 meses. "O tempo ainda é inferior ao do ano 2002, quando se levavam 2,5 meses para que o profissional retornasse ao mercado",
diz Gutemberg B. de Macedo.
O executivo Paulo Sérgio Geraldo, 41, diz que havia se preparado
para ficar seis meses fora do mercado, após ser demitido de uma
empresa do ramo químico. "Nunca havia sido demitido. Fiquei inseguro e imaginei que fosse ficar
desempregado por um período
mais longo. Mas, desde junho, fui
chamado para o processo de seleção de quatro empresas. Há uma
semana estou em treinamento na
empresa em que escolhi para trabalhar", afirma o diretor da Saint-Gobain Abrasivos.
Dicas
Para quem quer aproveitar as
oportunidades desse mercado,
especialistas de nove empresas
consultados pela Folha recomendam principalmente intensificar e
ampliar a rede de contatos e enviar currículos para as empresas
em que quer trabalhar.
O profissional também deve ser
flexível, estar aberto e disposto a
encarar mudanças e participar de
congressos, seminários e cursos
de atualização profissional. Vale
ainda escrever artigos para publicações especializadas, dar aulas e
filiar-se a associações e entidades
ligadas ao setores em que atua.
"Houve uma popularização dos
cursos de MBA [Master in Business Administration]. Mesmo
quem tem especialização ficou
desempregado nos últimos anos.
Na minha avaliação, o mercado
melhorou. Mas as contratações
ainda são são pontuais", afirma
Gerson Correia, consultor de recursos humanos da DBM.
"Tenho dois amigos especializados no setor financeiro que ainda
estão sem emprego", afirma Ricardo Mayrinck Pereira, recém-contratado pela Storagetec.
Os consultores dizem ainda que
o que motiva a troca de emprego
nesse mercado, além da chance de
ganhar mais, é a opção por condições melhores de vida.
É o caso de Luciana Sanna
Gherpelli, 38, que saiu de uma
companhia de agronegócios de
São Paulo para implementar e
coordenar o setor de tesouraria
do grupo Maggi. Ao trocar o eixo
Rio-São Paulo por uma vaga no
Mato Grosso, diz que optou em
ter qualidade de vida. "Minha família é minha prioridade. Não
adianta ganhar dinheiro e sequer
ter tempo para gastá-lo", afirma.
(FF e CR)
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