|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Febraban faz restrições à pesquisa
DA REPORTAGEM LOCAL
A Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos)
faz algumas restrições à pesquisa
que mostra que os bancos brasileiros, devido aos altos juros do
país e ao "spread" cobrado pelos
bancos em seus empréstimos,
possuem a maior rentabilidade
dentro do universo pesquisado.
Para os bancos, o critério de restringir a amostra a seis deles é
"discutível". Em contrapartida, a
Federação apresentou os dados
de 2001 de uma revista especializada em análise de bancos, a "The
Banker".
No mesmo universo de países
pesquisados, o Brasil continua em
primeiro lugar em rentabilidade
na pesquisa da revista, mas a média diminui de 23,4% para 20,2%.
Com isso, também diminui a diferença entre os bancos brasileiros e
a média do México, que continua
em segundo lugar.
Entretanto era de esperar que
houvesse diferenças nos resultados finais das duas pesquisas devido ao universo do estudo da
ABM Consulting incluir apenas
os seis maiores bancos de cada
país e a revista analisar, segundo a
Febraban, "mais de mil instituições em todo o mundo".
A entidade diz que os bancos
em países como El Salvador, Eslovênia, Suécia, Croácia, Jamaica,
Romênia, Hungria, Nigéria, Estônia e Andorra tiveram rentabilidade maior do que os brasileiros.
Roberto Luis Troster, economista-chefe da Febraban, discorda dos motivos apresentados por
analistas de mercado para a alta
rentabilidade dos bancos no Brasil em relação a outros países.
Segundo ele, a Selic (taxa básica
de juros) alta é prejudicial para os
bancos, porque aumenta o custo
de captação das instituições financeiras no mercado, diminui a
demanda por empréstimos e eleva o grau de inadimplência.
A justificativa apresentada por
Troster para o atual patamar do
"spread" bancário, ou seja, pela
diferença entre aquilo que os bancos pagam para captar o dinheiro
no mercado e o que é cobrado de
seus clientes na hora de conceder
os empréstimos, é o alto grau de
inadimplência e os diversos tributos que devem ser recolhidos pelos bancos nas operações, como
Imposto de Renda e CPMF.
"A inadimplência no Brasil é
uma das maiores do mundo. Não
é à toa que mais da metade dos
bancos estrangeiros caíram fora",
diz Troster.
Além disso, o economista ressalta os serviços que são oferecidos pelos bancos brasileiros.
"Se a pessoa vai mandar um
courier -serviço de entrega-
privado dentro do país, demora
três dias e custa R$ 54. Uma TED
(Transferência Eletrônica Disponível) cai no mesmo dia e sai por
R$ 10. É o sistema mais eficiente e
sofisticado do mundo", afirma
Troster.
Texto Anterior: Levantamento pesquisou seis maiores bancos Próximo Texto: Curto-circuito: Balanços das elétricas devem continuar no vermelho Índice
|