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TELECOMUNICAÇÕES
Para fugir da assinatura básica, usuários adotam pré-pagos para receber chamadas e fazer ligações a cobrar
Teles fixas perdem 2.200 clientes por dia
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
As três maiores concessionárias
do serviço de telefonia fixa local
do país (Telefônica, Telemar e
Brasil Telecom) tiveram uma
queda de 200 mil linhas no primeiro trimestre deste ano -equivalente a uma perda de 2.200
clientes por dia.
A Telefônica, que atua no Estado de São Paulo, terminou março
com 12,228 milhões de telefones
em serviço: redução de 69 mil linhas em relação a dezembro do
ano passado e de 388 mil em comparação com dezembro de 2001.
A Telefônica foi a primeira concessionária a ter redução da rede
de telefonia fixa. O fenômeno começou em 2002, quando houve
queda de 110 mil linhas em serviço. No ano passado, houve nova
diminuição, de 209 mil linhas.
Na Telemar e na Brasil Telecom,
o fenômeno só começou no primeiro trimestre deste ano. A Brasil Telecom -que atua no Distrito Federal e em nove Estados das
regiões Sul, Centro-Oeste e Norte- terminou o trimestre com
128 mil linhas em serviço a menos
do que em dezembro passado.
Na Telemar, que cobre 16 Estados no Sudeste, Nordeste e Norte,
a redução foi de 24 mil linhas.
Para o ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros do Nascimento, a estagnação da telefonia
fixa é um fenômeno mundial,
mas está ocorrendo antes do previsto no Brasil. Segundo ele, a
planta européia congelou quando
o número de linhas chegou a 50%
do total de habitantes. No Brasil, a
densidade ainda é de 22%.
Especialistas dizem que os consumidores de alto poder aquisitivo estão substituindo o uso da linha telefônica para conexão à internet pelo acesso em banda larga,
com transmissão de dados em alta velocidade e custo mensal fixo,
em vez da cobrança por pulsos.
Isso explicaria parte da queda na
demanda por linhas fixas.
Segundo o presidente da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), Pedro Jaime Ziller, os
usuários de banda larga já somam
1,2 milhão no Brasil.
Mas a principal barreira para o
crescimento da telefonia fixa seria
o empobrecimento da população,
acentuado pelo desemprego e pela estagnação econômica.
Para escapar da assinatura básica do telefone fixo, de R$ 33,00
por mês, em média, os usuários
de menor renda adotaram o celular pré-pago, que usam, fundamentalmente, para receber ligações e fazer chamadas a cobrar.
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