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VarigLog acusa Gol de tentar quebra da empresa
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A briga envolvendo a VarigLog não se limitou ao fundo
americano Matlin Patterson e
aos sócios brasileiros da empresa. Em documento datado
de 28 de abril deste ano, enviado ao juiz José Paulo Magano,
da 17ª Vara Cível de São Paulo,
o escritório do advogado Roberto Teixeira, o Teixeira Martins, acusa a Gol de trabalhar
para a falência da VarigLog visando beneficiar a Gollog, sua
empresa de cargas.
Afirma ainda que há "sérios
indícios de crime contra a economia e a concorrência" em
atos da Gol relacionados à Va
rigLog e que essas informações
serão levadas ao conhecimento
das autoridades competentes
"muito em breve".
A Gol nega as acusações. Um
dos argumentos do escritório
no texto é um pedido da GTI
(empresa criada pela Gol para
comprar a Varig), na Justiça, do
pagamento de R$ 8,16 milhões
que a VarigLog deveria à companhia. O valor se refere a uma
diferença de cálculo do pagamento de debêntures a credores da Varig -a Gol assumiu a
emissão de debêntures quando
comprou a companhia da Va
rigLog, em março de 2007.
Como a GTI entrou com execução na Justiça exigindo o pagamento, em um momento de
dificuldades financeiras da VarigLog, o Teixeira Martins alega no documento que a intenção seria a de sabotar a empresa
de cargas, sua concorrente.
Outro indício da tentativa de
sabotagem seria o desligamento, pela GTI, dos sistemas de
água, luz e telefone de áreas aeroportuárias da VarigLog no
aeroporto de Congonhas, em 18
de abril. Na ocasião, a VarigLog
chegou a registrar um boletim
de ocorrência sobre o caso.
"O representante [da Varig
Log] se dirigiu à administração
da VRG e em contato com o sr.
Basílio, engenheiro de segurança predial, tomou conhecimento de que havia uma determinação de corte nos serviços citados. Ato contíguo, se dirigiu ao
sr. Edes, funcionário da Gol,
tendo o mesmo confirmado a
ordem para interromper o fornecimento de água e energia
elétrica, ordem esta dada pelo
sr. Cyro Lavarello, diretor de
operações de carga da companhia Gol", diz o boletim.
Em um dos tópicos do documento enviado ao juiz Magano,
a VarigLog fala sobre "a real intenção da agravada [a GTI]".
"Cumpre à agravante [a Varig
Log] esclarecer a esse tribunal
que o grupo Gol, controlado pela agravada, está em aberta
campanha objetivando a falência da agravante, sua concorrente direta no transporte aéreo de carga brasileiro."
O texto classifica o desligamento da luz, água e energia
das áreas usadas pela VarigLog
como "uma última investida".
Procurada pela Folha, a Gol
afirmou, em nota, que executa
dívida contra a Varig e que "as
acusações mencionadas são
desprovidas de qualquer fundamento e serão, devida e
oportunamente, descaracterizadas no juízo competente".
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