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Reunião do BC americano deve agitar o mercado
Investidores esperam sinais
sobre futuro do juro nos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
A reunião do Fed (o banco
central dos EUA) será o evento
mais esperado da semana. Mais
do que a decisão em si, o que
analistas e investidores esperam é pela nota que o Fed divulgará após seu encontro, que pode dar sinais sobre o futuro da
política monetária no país.
O Fomc -comitê do Fed que
define a taxa de juros- irá divulgar sua decisão na quarta-feira. A expectativa é que a taxa
básica de juros dos Estados
Unidos seja mantida nos atuais
2% anuais.
Mas a agenda não se reduz ao
encontro dos dirigentes do Fed.
Diferentes dados irão ser conhecidos nos próximos dias.
A quarta-feira terá dados como o de estoque de petróleo e
derivados nos EUA, vendas de
imóveis novos em maio e o
mais recente levantamento sobre as solicitações de empréstimos imobiliários no país.
Na quinta-feira será divulgado o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos referente ao primeiro trimestre.
Os dados de gastos pessoais
dos norte-americanos em maio
e o resultado da inflação medida pelo índice PCE fecham a
agenda americana na sexta.
"Para a semana, destacamos
a reunião do Fomc na quarta-feira. A agenda americana está
carregada também com o índice de inflação PCE (deflator
dos gastos das famílias) e o índice de confiança do consumidor, na sexta-feira. Já na agenda interna, os índices de inflação, com destaque para o IGP-M, na sexta-feira, poderão continuar impactando o desempenho dos investimentos em Bolsa", avalia a equipe de análise
da corretora Coinvalores.
No Brasil, onde a preocupação com os índices de preços
também é grande, a divulgação
do IPCA-15 na quarta-feira e a
do IGP-M de junho na sexta-feira pode influenciar o desempenho do mercado.
A alta dos preços tem feito os
analistas se perguntarem até
quanto o Copom (Comitê de
Política Monetária do BC) terá
de elevar a taxa básica de juros
(Selic), que neste momento está em 12,25% ao ano.
Segundo a mais recente pesquisa Focus, feita pelo Banco
Central com cem instituições
financeiras, a previsão é que a
taxa Selic alcance 14,25% no final do ano.
Dessa forma, será acompanhado com atenção o relatório
trimestral de inflação que o BC
vai divulgar na quarta-feira.
Câmbio
O que tem ajudado um pouco
o Banco Central no controle inflacionário é o baixo nível do
dólar. A moeda norte-americana encerrou as operações de
sexta-feira negociada a R$
1,606, em seus menores níveis
desde janeiro de 1999.
Se o dólar estivesse em alta,
poderia pressionar o preço de
insumos importados, favorecendo a elevação dos índices de
inflação.
"A agenda da semana, que
tem em um dos destaques o relatório trimestral de inflação
do BC, que sai na quarta-feira,
deve adicionar cautela ao mercado doméstico", diz Miriam
Tavares, diretora da corretora
de câmbio AGK.
"A moeda americana deve
oscilar perto de R$ 1,60, ou até
romper esse patamar [para baixo], se o dólar continuar em
queda ante as principais moedas nos mercados internacionais e as expectativas do investidor global não se deteriorarem de forma acentuada. Mas a
moeda pode voltar a oscilar entre R$ 1,61 e R$ 1,62 se as tensões externas e a aversão ao risco se agravarem ainda mais."
A agenda brasileira ainda trará o resultado da taxa de desemprego em maio, que o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentará na quarta-feira e que, espera-se, fique em torno de 8,6%.
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