São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Mercado se divide sobre decisão do Copom

A reunião de hoje do Copom pode ser uma das mais difíceis dos últimos tempos. O mercado está dividido em relação à decisão. Há quem espere uma alta de 0,5 ponto percentual, mas existe também a expectativa de um avanço de 0,75 ponto.
O departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco aposta em um aumento de 0,75 na Selic, que está em 12,25% ao ano. O banco argumenta que as elevações de preços no atacado não foram ainda repassadas ao varejo.
Outro argumento do Bradesco a favor do maior aperto monetário é que o recuo dos preços das principais commodities não pode ser considerado uma tendência. Uma das principais preocupações é com a cotação do aço, que tem grande abrangência na cadeia de bens duráveis e cuja demanda cresce.
A instabilidade do preço do petróleo também é motivo de cuidado porque a cotação está sujeita às pressões geopolíticas e às conseqüências do período de furacões no golfo do México.
O banco também diz que os sinais de moderação no crescimento econômico são tímidos e que os ritmos de expansão do crédito e do mercado de trabalho continuam fortes.
"O principal desequilíbrio macroeconômico brasileiro mantém-se: a demanda cresce em ritmo muito superior ao da oferta", afirma o relatório do Bradesco.
Já a consultoria LCA afirma que o mais provável é o que Banco Central aumente em 0,5 ponto percentual a taxa de juros na reunião de hoje. Segundo a consultoria, essa seria a decisão mais coerente com os recentes comunicados do Banco Central, em que reafirma a intenção de manter a atual estratégia da política monetária.
A análise da LCA é que a moderação dos aumentos nos preços do petróleo e de outras commodities e os resultados da inflação brasileira -que mostram recuo da alta de preços em junho- sugerem que o pior da pressão inflacionária esteja prestes a ser superado.

CAMINHO DAS PEDRAS
Com a restrição à circulação de veículos pesados em São Paulo, cresceu o movimento de vans e veículos menores no transporte de mercadorias na cidade, diz o Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região). Francisco Pelucio, presidente da entidade, afirma que a alternativa, desde o início da imposição, foi contratar autônomos com veículos menores e manter parte da frota parada. Pelucio afirma que os intervalos permitidos não são suficientes para o transporte. O Setcesp vai receber Geraldo Alckmin (PSDB), no dia 29, Gilberto Kassab (DEM), em 12 de agosto, e Marta Suplicy (PT), no dia 16 de setembro, para falar sobre propostas para o abastecimento em São Paulo.

GALOPE
O volume negociado pelas companhias listadas no novo mercado da Bolsa atingiu R$ 28,05 bilhões em junho -23,76% do mercado à vista. Para discutir o tema, cem companhias desse mercado participam de almoço realizado pela BM&F Bovespa na sexta em São Paulo.

EM OBRA
O Instituto Acende Brasil organiza, em 25 de agosto, em São Paulo, o fórum "O Homem e a Usina". O objetivo é discutir a construção do empreendimento, as conseqüências para as populações afetadas pela obra, qualidade de vida, geração de renda e ambiente.

DE GRÃO EM GRÃO
O volume de compras parceladas sem juros no 1º semestre subiu 23% em cinco anos e superou, pela primeira vez, a metade do total faturado pela indústria de cartões no período. O dado está em "A Evolução do Cartão no Acesso ao Crédito", que a Itaucard apresenta hoje.

COMITIVA
Uma delegação do Conselho de Competitividade dos EUA, composta por empresários e acadêmicos, reúne-se hoje em Brasília com a ABDI, do governo federal, e com o MBC (Movimento Brasil Competitivo) para para fortalecer parcerias bilaterais na área de inovação.

MERCADO AQUECIDO: NOVOS CONTRATOS DE LEASING AUMENTAM 68% EM MAIO

Os novos negócios de leasing totalizaram R$ 6,972 bilhões em maio, resultado 68% superior ao do mesmo mês de 2007. O VPC (Valor Presente da Carteira) teve saldo de R$ 85,230 bilhões no mês, avanço de 107,28% em relação a maio de 2007 e 4,65% comparado a abril de 2008. Os contratos com pessoas físicas somaram R$ 4,939 bilhões (71% do total), contra os R$ 2,034 bilhões com pessoas jurídicas. Os veículos são os bens mais negociados, com 88% do montante.

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI



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