São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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Aneel confirma consórcio, mas não encerra disputa por Jirau

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O risco de a disputa pela usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, ir parar na Justiça não foi afastado com a decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que confirmou a qualificação do consórcio vencedor do leilão de maio, liderado pela multinacional franco-belga Suez Energia.
O consórcio derrotado, liderado pela Odebrecht, reiterou que reclamará na Justiça mudanças no projeto, como o deslocamento em mais de 9 km do local previsto para a construção da usina. Jerson Kelmann, presidente da Aneel, disse que a análise das mudanças no projeto será feita depois. Mas esclareceu que o governo licitou contrato de fornecimento de energia e não contratação de obra pública. "Não sabemos se vamos aprovar, mas não iríamos adjudicar o resultado do leilão se não houvesse flexibilidade de concepção do projeto." O consórcio Energia Sustentável do Brasil apresentará detalhes do novo projeto até sexta. Pela nova proposta, a segunda hidrelétrica do rio Madeira não se chamará Jirau, mas Usina do Padre -referência à Ilha do Padre, perto de onde o consórcio quer instalar as 44 turbinas, por ser "mais conveniente".
Relatório elaborado pelo consórcio Energia Sustentável que será apresentado à Aneel e ao Ibama, ao qual a Folha teve acesso, mostra que a antecipação da geração da energia de Jirau é o argumento-chave para sensibilizar o governo a aprovar a mudança do local de construção da barragem.
O consórcio vencedor indica que o perdedor, liderado por Odebrecht e Furnas, tinha conhecimento da opção de construção do eixo da hidrelétrica na Ilha do Padre. O relatório expõe que a geração, no projeto original prevista para janeiro de 2013, será antecipada se feita a alteração do local de construção. Se a proposta for rejeitada, o relatório aponta risco de falta de energia. (MARTA SALOMON e LUCIANA OTONI)


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