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Aneel confirma consórcio, mas não encerra disputa por Jirau
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O risco de a disputa pela usina hidrelétrica de Jirau, em
Rondônia, ir parar na Justiça
não foi afastado com a decisão
da Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica), que confirmou a qualificação do consórcio vencedor do leilão de maio,
liderado pela multinacional
franco-belga Suez Energia.
O consórcio derrotado, liderado pela Odebrecht, reiterou
que reclamará na Justiça mudanças no projeto, como o deslocamento em mais de 9 km do
local previsto para a construção
da usina. Jerson Kelmann, presidente da Aneel, disse que a
análise das mudanças no projeto será feita depois. Mas esclareceu que o governo licitou
contrato de fornecimento de
energia e não contratação de
obra pública. "Não sabemos se
vamos aprovar, mas não iríamos adjudicar o resultado do
leilão se não houvesse flexibilidade de concepção do projeto."
O consórcio Energia Sustentável do Brasil apresentará detalhes do novo projeto até sexta.
Pela nova proposta, a segunda
hidrelétrica do rio Madeira não
se chamará Jirau, mas Usina do
Padre -referência à Ilha do Padre, perto de onde o consórcio
quer instalar as 44 turbinas,
por ser "mais conveniente".
Relatório elaborado pelo
consórcio Energia Sustentável
que será apresentado à Aneel e
ao Ibama, ao qual a Folha teve
acesso, mostra que a antecipação da geração da energia de Jirau é o argumento-chave para
sensibilizar o governo a aprovar a mudança do local de
construção da barragem.
O consórcio vencedor indica
que o perdedor, liderado por
Odebrecht e Furnas, tinha conhecimento da opção de construção do eixo da hidrelétrica
na Ilha do Padre. O relatório
expõe que a geração, no projeto
original prevista para janeiro
de 2013, será antecipada se feita a alteração do local de construção. Se a proposta for rejeitada, o relatório aponta risco de
falta de energia.
(MARTA SALOMON e LUCIANA OTONI)
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