A alta dos juros para conter a inflação deve afetar, no ano que vem, a recuperação da renda dos brasileiros, segundo análise da consultoria Austin Rating. Em um segundo momento, diz a consultoria, o aperto monetário pode aumentar também o desemprego no país.
Em relação ao avanço da renda, a expectativa é que ela comece a dar sinais de enfraquecimento se o Banco Central tiver que intensificar o aumento de juros para controlar as pressões inflacionárias causadas pela alta de preços dos alimentos e das commodities.
A renda real no país cresceu 1,6% em 2005, depois de sete anos seguidos de queda. O avanço foi para 4% no ano seguinte e para 3% no ano passado. Em 2008, de acordo com a consultoria, a renda ainda crescerá 3,5%, mas, em 2009, o incremento cairá para 3%.
"A previsão de crescimento da renda para 2009 considera um cenário até otimista. O boletim Focus [feito pelo BC a partir das expectativas do mercado], por exemplo, já considera uma inflação de 6% neste ano", diz Alex Agostini, economista da Austin Rating.
Agostini afirma que, a médio prazo, quando o aumento de juros começar a afetar a produção e as vendas, as empresas devem diminuir o pagamento de horas extras, bônus e outros incentivos, prejudicando a renda do trabalhador. Em um segundo momento, diz Agostini, as companhias podem começar a cortar postos de trabalho em resposta ao aperto monetário.
Segundo a Austin Rating, em 2009 ainda deve haver geração de emprego. Agostini diz, no entanto, que os setores mais sensíveis aos juros, como os de bens de consumo duráveis -com maior valor agregado e que precisam de facilidade de financiamento-, podem ser afetados imediatamente pelo encarecimento do crédito.
A estimativa para o crescimento da população ocupada é de 2,5% em 2009, contra projeção de 3% neste ano e um índice de 2,7% registrado em 2007.

ISCA
A Gomes da Costa, da espanhola Calvo, uma das maiores no mundo no segmento de pescado enlatado, expandirá seus destinos de exportação. A empresa, que prevê crescimento de 40% nas exportações neste ano, quer fechar 2008 com 30 mercados ativos de exportação, com foco, segundo Dario Chemerinski, diretor de exportações, em África, Oriente Médio e alguns mercados do Leste Europeu. Estão na lista países como Iraque, que já recebeu 200 mil latas de sardinha e atum, Ucrânia, que pediu 80 mil latas de atum sólido e em pedaços, e Nigéria, que acaba de fazer seu primeiro pedido. A empresa já exporta para países como Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Angola. Nos últimos dois anos, investiu R$ 100 milhões na ampliação da fábrica de processamento em Itajaí (SC) e na construção da linha de embalagens.

SOBREMESA
Pela primeira vez, Manuel Louzada, diretor de enologia da Bodega Terrazas de los Andes, vem ao Brasil. Nesta semana, ele participa da "avant-première" do vinho Afincado Tardio Petit Manseng e da apresentação das novas safras do Malbec da Terrazas. O Afincado Tardio, ideal para acompanhar sobremesas, só chega às lojas em setembro.

NA RODA
A Fundação Volkswagen lança o concurso "Volkswagen na Comunidade", que apoiará projetos de entidades sociais que têm a participação voluntária de colaboradores da Volkswagen. Os vencedores receberão recursos de R$ 30 mil para aplicar na ação e um curso de gestão de projetos sociais.

PASSAGEM
Marcelo Pereira Malta de Araújo, que acaba de deixar a Camargo Corrêa, será o novo presidente do grupo Libra, um dos maiores do setor portuário. Nos últimos anos, Araújo atuou no Conselho de Administração e na presidência da divisão de siderurgia, calçados e têxteis do grupo Camargo Corrêa.

PAC:
OBRAS VISTAS PELO GOVERNO COMO ADEQUADAS TÊM ATRASO, DIZ TENDÊNCIAS
Parte das obras do PAC classificadas pelo governo como adequadas atrasou, diz a Tendências. Para a consultoria, os principais problemas ocorrem com obras rodoviárias. O leilão para a concessão de trechos da BR-101 e da BR-324, previsto para 31 de julho, foi adiado para 30 de setembro. Também foi prorrogado o prazo para implantação da avenida Perimetral Portuária, que dará acesso ao porto de Santos.