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Teixeira fez ao menos 6 reuniões no Planalto
Encontros de Lula com o advogado do caso VarigLog ocorridos desde 2006 não foram registrados na agenda pública do presidente
Compadre de Lula é acusado de interferir na venda da empresa aérea; Planalto afirma que nem todos os compromissos são divulgados
LETÍCIA SANDER
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Presidência reconheceu
que o advogado Roberto Teixeira esteve pelo menos seis vezes no Palácio do Planalto com
Luiz Inácio Lula da Silva, seu
compadre, desde 2006, em encontros não registrados na
agenda pública do presidente.
Teixeira é acusado de usar
sua influência junto ao governo
para aprovar a venda da Va-
rigLog para o fundo americano
Matlin Patterson e três sócios
brasileiros, que o contrataram.
Ao menos dois desses encontros estão relacionados diretamente com o negócio, aprovado pela Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) em junho de
2006. No mês seguinte, a Va-
rigLog adquiriu a Varig. A assessoria de Teixeira diz que as
demais visitas foram apenas de
cortesia ao amigo Lula.
No dia 15 de dezembro daquele ano, Teixeira foi ao encontro de Lula acompanhado
dos sócios da Varig um dia depois de a companhia receber da
Anac, em cerimônia em Brasília, certificado que lhe deu autorização para voar.
Segundo Marco Antonio Audi, sócio afastado da VarigLog,
o encontro foi convocado às
pressas por Teixeira na manhã
do dia 15, quando todos já haviam retornado a São Paulo,
após a cerimônia. Audi então
alugou um jatinho particular,
onde viajaram, além dele e de
Teixeira, os sócios brasileiros
Eduardo Gallo e Marcos Haftel
e o representante do fundo
americano, o chinês Lap Chan.
Outro encontro de Teixeira
com Lula ocorreu em 28 de
março de 2007. Naquele dia, o
advogado foi ao Planalto acompanhado dos empresários Nenê Constantino e Constantino
de Oliveira Jr., donos da Gol. O
motivo da reunião, segundo os
empresários, era comunicar
oficialmente a Lula a compra
da Varig pela Gol.
Nas duas ocasiões, a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil),
acusada de interferir na venda
da VarigLog, estava presente.
O Planalto argumenta que
nem todos os compromissos do
presidente são divulgados.
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