|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Advogado teve mais reuniões que 2 ministros
Presença de Teixeira no gabinete de Lula foi mais freqüente que a dos titulares da Pesca e de Políticas para as Mulheres
Advogado havia dito que
encontros com o presidente
foram "raríssimos'; ontem,
afirmou que 4 das 6 reuniões
foram apenas visitas "cordiais"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O advogado Roberto Teixeira
disse, via assessoria de imprensa, que quatro dos seis encontros não divulgados que ele teve
com o presidente Lula desde
2006 no Planalto foram apenas
visitas "cordiais" ao amigo.
As outras duas visitas, também não divulgadas anteriormente, ocorreram um dia depois de o governo dar à Varig
autorização para voar e no dia
em que a companhia foi comprada pela Gol.
A presença de Teixeira no gabinete do presidente, desde
2006, foi maior que a de alguns
ministros. Altemir Gregolin
(Pesca) esteve duas vezes com
Lula no mesmo período. Nilcéa
Freire (Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres) só
aparece uma vez.
A comparação leva em conta
as agendas públicas do presidente e as visitas de Teixeira só
agora divulgadas.
Em entrevista à Folha na semana passada, Teixeira havia
dito que os contatos com Lula
foram poucos: "Nos últimos
cinco anos e meio, os momentos que tive com o presidente
foram raros. Os meus raríssimos encontros com ele são
mais pessoais".
O primeiro desses encontros
descritos como cordiais foi em
22 de agosto de 2006. No dia,
Lula teve, oficialmente, agenda
com políticos e empresários japoneses. Em 2 de janeiro de
2007, Lula teve só dois compromissos oficiais: uma reunião com ministros e uma solenidade do Programa Luz para Todos.
Em 16 de fevereiro, um dos
encontros do presidente foi
com o ministro Waldir Pires
(Defesa), que negou a presença
de Teixeira: "Não me reuni
com o presidente Lula e Roberto Teixeira ao mesmo tempo".
Por fim, Teixeira esteve com
Lula em 14 de abril deste ano,
segundo o Planalto, quando o
presidente teve reuniões com
Dilma Rousseff (Casa Civil),
José Múcio (Relações Institucionais) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).
A Folha pediu na semana
passada à Presidência informações sobre as visitas de Teixeira
desde 2006. A assessoria informou as seis datas, mas não os
motivos. Alegou que nem todos
os compromissos constam da
agenda pública e que há encontros cuja divulgação, por razões
pessoais ou políticas, não é
considerada apropriada.
Há ainda reuniões que, segundo a assessoria, não estão
previamente agendadas e são
solicitadas informalmente por
ministros ou pelo gabinete pessoal do presidente. O Planalto
diz que as seis visitas de Teixeira podem estar incluídas em
uma dessas situações.
O encontro ocorrido no dia
em que a Gol oficializou a compra da Varig (28 de março de
2007) tem versões desencontradas. A reunião ficou conhecida pela foto em que Teixeira
aparece ao lado de Nenê Constantino e Constantino Jr., da
Gol, no elevador do Planalto.
A assessoria de Lula diz que o
encontro foi pedido pelo então
ministro Walfrido dos Mares
Guia (Relações Institucionais),
às 17h daquele dia. O nome de
Walfrido aparece na agenda,
mas o dos empresários, não.
À Folha Teixeira disse que a
audiência foi solicitada por
Constantino Jr., que o teria
convidado. Constantino Jr. não
foi encontrado. Seu pai, Nenê
Constantino, negou o convite a
Teixeira. "Ele trabalhava para o
outro lado. Para nós, ele não fez
favor nenhum", disse Nenê.
(ALAN GRIPP E LETÍCIA SANDER)
Texto Anterior: Benjamin Steinbruch: Atitudes xenófobas Próximo Texto: Custos: Sucessor de Teixeira recebeu R$ 4,4 milhões Índice
|