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Polícia Federal prende 31 acusados de fraudar o INSS em pelo menos R$ 11 mi
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Federal prendeu
ontem 31 pessoas acusadas de
fraudar o INSS em Bom Jesus
do Itabapoana, no norte fluminense. Segundo a PF, já foi confirmado um prejuízo de R$ 11
milhões para a Previdência,
mas, com base na documentação apreendida, o desfalque pode chegar a R$ 30 milhões.
A lista de presos inclui João
Batista Chaves Magalhães, servidor do INSS e presidente da
Câmara de Vereadores da cidade. Ele chegou a ocupar a prefeitura interinamente, mas saiu
do cargo para concorrer às próximas eleições como vereador.
O mote de sua campanha era a
Previdência Social.
A ação da quadrilha contava
com a participação de políticos,
servidores do INSS, médicos e
advogados. O esquema envolvia aposentadorias ou afastamento por invalidez.
As pessoas se apresentavam
para exames e os médicos atestavam doenças que elas não tinham. Depois disso, muitas
continuavam a trabalhar em
empresas privadas ou na prefeitura, enquanto recebiam o
benefício. Foram expedidos 19
mandados de prisão preventiva
e 12 de prisão temporária para
servidores do INSS, médicos,
advogados e vereadores.
Os criminosos manipulavam
o processo exigindo um mínimo de contribuições de quatro
meses para obtenção do benefício máximo.
"Quando alguém chegava ao
posto e constatava que o médico que atendia naquele horário
era sério, era orientado por um
servidor do próprio posto a remarcar a consulta para outra
data. Algumas pessoas presas,
entre os políticos, eram funcionários do INSS", afirmou Valdinho Caetano, superintendente
regional da PF.
Segundo o Ministério Público Federal, apenas no ano passado foram concedidos 1.857
novos auxílios-doença e 128
novas aposentadorias por invalidez. "No ano passado, quase
10% da população adulta da cidade conseguiu benefício", diz
o procurador da República
Claudio Chequer, autor da denúncia. Peritos analisaram
uma amostra de 85 segurados e
constataram fraudes ou indícios de fraude em 84 benefícios.
A PF afirma que as pessoas
que receberam recursos de forma fraudulenta serão responsabilizadas penalmente. Durante a investigação foram monitoradas de 400 a 800 ligações
de celulares por dia.
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