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análise
BC vê pressão maior e mira meta de 2009
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Copom de
elevar a taxa básica Selic
de 12,25% para 13% surpreendeu boa parte do
mercado, que contava com
uma alta de 0,50 ponto.
Com a intensificação do
aperto, o BC sinalizou que
as pressões inflacionárias
podem ser maiores que o
esperado, avaliam analistas de mercado.
"Ao decidir por reforçar
o ritmo de alta agora, optando por unanimidade
pelo aumento de 0,75 ponto, o BC indica que deverá
manter esse nível de aperto em sua próxima reunião. Ao tomar essa decisão, o Copom criou uma
grande incerteza sobre até
onde irá o aperto monetário", afirma José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
Para Elson Telles, economista da corretora Concórdia, o BC demonstrou
uma preocupação maior
com a piora nas expectativas de inflação para 2009.
"O Copom reafirma o
compromisso de perseguir
o centro da meta já para
2009. A decisão deverá
contribuir para resguardar a credibilidade da instituição e reforçar a ancoragem de expectativas."
"O Copom indicou que
está considerando o choque de preços mais intenso do que se imaginava. E o
mercado vai ter de rever
suas expectativas para os
juros e a inflação futura",
diz Pedro Paulo Silveira,
economista-chefe da Gradual Corretora.
O economista Marcio
Holland, professor da FGV
(Fundação Getulio Vargas), afirma que não se
surpreendeu com a decisão do Copom porque a
pressão nos preços está
muito forte e a expectativa
de inflação já havia rompido o teto da meta, de 6,5%
-nesta semana, o mercado elevou para 6,53% a sua
previsão para o IPCA.
Holland lamenta, no entanto, que a decisão não
tenha sido acompanhada
de medidas complementares, como a elevação do
compulsório. "Poderia
combinar políticas como o
compulsório, que reforça a
eficácia do aumento de juros e atinge diretamente o
crédito. O aumento nos juros sozinho vai afetar o
crédito no ano que vem.
Parece-me que o BC está
mais preocupado com
2009. Talvez já tenha
abandonado neste ano."
Para Gonçalves, o mercado viverá hoje um dia de
fortes ajustes, especialmente no mercado futuro
de juros da BM&F. As projeções dos bancos também
devem ser alteradas. A última pesquisa Focus do
Banco Central mostrou
que o mercado contava
com a taxa Selic em
14,25% no fim do ano. A
expectativa é que essa previsão seja elevada, ao menos para 14,75%.
(FV e TS)
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