|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Confiança do consumidor é a menor em 2 anos
DA SUCURSAL DO RIO
O consumidor está mais pessimista em relação ao desempenho da economia. O índice
de confiança do consumidor
calculado pela FGV (Fundação
Getulio Vargas) teve queda de
4,9% em julho e passou de
107,2 pontos para 101,9 pontos,
o menor patamar desde junho
de 2006. O resultado representa também o quarto pior índice
de confiança desde o início da
série, em setembro de 2005.
Segundo Aloisio Campelo,
coordenador da pesquisa, a
percepção do consumidor foi
afetada pela alta de preços, pela
expectativa de aumento dos juros e pela desaceleração da economia. "O consumidor sente
que o cenário está piorando."
A parcela dos que avaliam
que a situação financeira da família está boa caiu de 17,5% em
junho para 16,3% em julho. O
percentual dos que afirmam
que houve piora passou de
12,4% para 13,7% no período.
Apesar da piora na avaliação
das finanças, a cautela do consumidor pode ser melhor mensurada nas intenções de compra. Questionados sobre a disposição para a compra de bens
duráveis nos próximos seis meses, apenas 10,7% dos consumidores responderam que pretendem gastar mais. Trata-se
da menor parcela desde julho
de 2006. O percentual dos que
pretendem gastar menos ficou
praticamente estável e passou
de 29,2% para 29,3%.
"Quando o consumidor avalia o futuro, ele vê que existe a
possibilidade de a economia
entrar em fase de desaceleração. Com isso, ele parece já se
tornar mais cauteloso em relação à compra de bens de maior
valor que precisam de financiamento. Isso pode afetar a venda
de eletroeletrônicos, linha
branca e automóveis", afirmou
Campelo.
Os resultados mostram que a
piora na percepção do consumidor foi maior entre as faixas
de renda mais altas. Em julho, a
queda no índice chegou a 7%
entre os que têm renda familiar
acima de R$ 9.600. Os entrevistados com renda familiar de até
R$ 2.100 tiveram queda de
2,1%. O recorte por capitais
mostra uma queda de 6,4% no
índice de confiança em São
Paulo e um resultado negativo
de 3,2% no Rio de Janeiro.
A julgar pelos resultados da
pesquisa, Campelo avalia que o
consumidor pode influenciar
para baixo o crescimento do
PIB. "Os resultados mostram
uma tendência de consumo
menor", disse.
Texto Anterior: Juro não afetará investimentos, diz BNDES Próximo Texto: Indústria do plástico diz que não resistirá Índice
|