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EUA cedem em subsídio e agradam a setor agrícola
DE GENEBRA
Negociadores brasileiros na
OMC e o setor agrícola comemoraram ontem uma concessão dos EUA em relação aos
subsídios que a Casa Branca
concede a seus fazendeiros. Os
americanos concordaram com
o cálculo pedido pelo Brasil e
outros emergentes para estabelecer o teto dos subsídios
agrícolas por produto.
Segundo cálculos do Itamaraty, a medida permite reduções de até 30% na ajuda doméstica aos quatro produtos
que mais interessam ao Brasil:
milho, arroz, soja e algodão.
Um dos negociadores brasileiros explicou que a concessão
americana é uma grande notícia, pois estabelece limites para
os subsídios que dificultam a
entrada dos produtos brasileiros em mercados importantes.
Pelas regras em vigor, os
EUA podem conceder até US$
19,1 bilhões em subsídios a um
produto agrícola. A nova proposta reduz esse valor a US$ 7,6
bilhões e não pode mais privilegiar um único produto.
Embora o número mais falado sobre os subsídios seja o de
US$ 15 bilhões- teto geral oferecido pelos EUA-, o setor
agrícola brasileiro estava mais
preocupado com os limites impostos por produto. Era isso,
afirmavam especialistas do Ministério da Agricultura e do setor privado presentes em Genebra, que determinaria os benefícios para o setor.
Ao anunciar a oferta americana, na terça-feira, a representante do Comércio dos EUA,
Susan Schwab, negou-se a detalhar os tetos por produto.
Mas reiterou que exigiria, em
troca, mais acesso a mercados
industriais de emergentes e a
garantia de que os subsídios
americanos não sejam questionados no futuro na OMC.
"O teto geral poderia ser de
até US$ 20 bilhões, o que não
seria bem-vindo. Mas o mais
importante eram os limites por
produto", disse Luiz Cláudio
Carmona, coordenador-geral
de assuntos multilaterais do
Ministério da Agricultura.
(MN)
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