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Suzano investirá US$ 6,6 bi até 2015 para dobrar receita
Empresa de papel e
celulose vai
construir três novas
fábricas, duas das
quais no Nordeste
Programa de expansão
prevê salto de US$ 4 bi para
US$ 8 bi no faturamento;
80% da produção será
destinada a exportações
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Suzano Papel e Celulose
anunciou ontem um programa
de expansão para dobrar seu faturamento até 2015. A empresa
obteve no segundo trimestre
receita líquida de R$ 1 bilhão,
valor 22,3% superior ao apurado no mesmo período de 2007.
O faturamento anualizado para
2008 deve girar em torno de R$
4 bilhões, segundo estimativa
da empresa.
Para chegar ao dobro dessa
cifra, a Suzano vai investir US$
6,6 bilhões em três novas linhas
de produção, cada uma com capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas de celulose
ao ano. O volume adicional de
3,9 milhões de toneladas, além
do acréscimo de 400 mil toneladas da Suzano em Mucuri
(BA), ampliará em 150% a capacidade de produção de celulose
da Suzano por ano.
Das três novas fábricas, uma
será instalada no Maranhão,
para começar a operar em
2013; outra, no Piauí, com início previsto em 2014; e uma
terceira está ainda sem local
definido, mas deve começar a
funcionar em 2015.
A Suzano, que hoje destina
cerca de 60% de sua produção
para o mercado externo, deve
passar a exportar 80% desse
volume em 2015, disse o presidente da empresa, Antonio Maciel Neto. "Queremos atender
especialmente os mercados
emergentes."
De acordo com Maciel, a demanda mundial por celulose de
eucalipto deve ter um acréscimo anual de cerca de 1 milhão
nos próximos anos. "Vemos um
crescimento especialmente
forte no consumo de papel toalha e papel higiênico em países
emergentes", afirmou o presidente da Suzano.
O investimento de US$ 6,6
bilhões deve sair do próprio
caixa da Suzano e de fontes tradicionais de financiamento, como BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) e bancos regionais. A
empresa tem capacidade de geração de caixa de mais de US$ 1
bilhão por ano. "E o grosso do
investimento será aplicado entre 2011 e 2015", aponta Maciel.
"Temos também a possibilidade de recorrer ao mercado de
capitais, embora não vejamos
necessidade para isso agora."
China
Para o analista da corretora
Coinvalores Marco Saravalle, o
principal foco de demanda por
papel e celulose hoje está na
China, por conta de sua urbanização crescente. "Isso gera um
aumento no consumo per capita por produtos de primeira necessidade, aí incluído o papel."
O valor da exportação de celulose brasileira para a China
aumentou 90% no primeiro semestre deste ano em relação ao
mesmo período de 2007, passando de US$ 188,5 milhões para US$ 358,1 milhões, conforme informações da Bracelpa
(Associação Brasileira de Celulose e Papel ). Essa cifra representa 20% do total exportado
pelo país nos seis primeiros
meses do ano (US$ 1,8 bilhão).
"O crescimento da demanda de
papel na China reflete o aumento do PIB [Produto Interno Bruto] daquele país, o que
incentiva o consumo de alimentos, móveis e também de
papel destinado a livros e cadernos", afirma, em comunicado, a presidente-executiva da
Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes.
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