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Mercado de leilões cresce 20% ao ano
DA REPORTAGEM LOCAL
Os carros que os bancos e financeiras recuperam de clientes inadimplentes alimentam um mercado que cresce 20% ao ano -o
de leilões de veículos. "Fazemos
leilões diários e vendemos em
média 85% dos lotes oferecidos",
diz Roberto Mauro, leiloeiro oficial da Sodré Santoro, maior empresa do setor.
Segundo ele, esse é o índice médio de vendas por leilão, em todo
o mercado. Nesses leilões entram
também veículos de seguradoras
(recuperados de roubos ou batidos), de frotas de empresas e de
locadoras. Mas os leiloeiros estimam que, em média, quase metade das vendas e dos seus estoques
sejam carros resgatados de compradores inadimplentes.
É nos pátios dos leiloeiros que
os bancos e financeiras estacionam quase todo o seu estoque de
veículos recuperados.
"Como o leiloeiro tem fé pública
e é o fiel depositário dos veículos
apreendidos, os bancos preferem
enviá-los diretamente para os pátios dessas empresas", diz José
Romélio Ribeiro, diretor-executivo da Anef (entidade dos bancos
de montadoras). "Com isso, as
instituições financeiras também
reduzem o custo de carregar o estoque." Em geral, o "aluguel" do
pátio é pago com a comissão do
leiloeiro na venda do veículo.
A Sodré Santoro, por exemplo,
tem hoje cerca de 15 mil veículos
em estoque, 40% deles procedente das financeiras e bancos. A Milan Leilões, uma das maiores de
São Paulo, tem 6.000 carros em
estoque em um pátio de 14 mil
metros quadrados na rodovia Raposo Tavares. "Entre 70% e 75%
do meu estoque é formado por
carros de bancos e financeiras",
diz Ronaldo Milan, leiloeiro oficial da empresa.
Segundo ele, nesses lotes há de
tudo: carros velhos, seminovos,
em bom e mal estado, e casos crônicos. "Os crônicos são os de consumidores que contestam a
apreensão ou os termos do contrato de financiamento na Justiça", explica Milan.
Há 400 carros "crônicos" parados no pátio da empresa. Muitos
desses veículos estão parados desde 1999, quando a desvalorização
cambial deixou inadimplentes
milhares de compradores no país.
Esses consumidores haviam contratado financiamento com cláusula de variação cambial.
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