|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Documento faz defesa da atuação de Palocci
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O documento que apresenta o
que deve ser a política industrial
do governo Lula faz uma defesa
da política econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
Em sua abertura, o texto diz: "A
política macroeconômica adotada foi, e continua sendo, fundamental para a recuperação dos
créditos internacionais para o setor público e privado" e "permitiu
a superação da grave crise do ano
passado".
Elaborado com a participação
de técnicos da Fazenda, o documento destaca ainda que a atual
política econômica pode conviver
com uma política industrial -"a
política macroeconômica de curto prazo se coaduna com as políticas aqui desenvolvidas".
Algo que, no governo passado,
não era admitido dentro do Ministério da Fazenda comandado
por Pedro Malan. E, no atual ministério, também sofria resistências por parte de alguns técnicos.
No início da discussão do documento sobre política industrial,
auxiliares de Palocci como Joaquim Levy (Tesouro Nacional) e
Marcos Lisboa (Política Econômica) apresentaram certa resistência. Palocci, porém, deixou claro aos dois que a adoção de uma
política industrial era uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Ao gosto dos liberais de Palocci,
no entanto, estão fora do foco
principal da política industrial setores tradicionais como têxtil, alimentício e automobilístico. O que
não deve, no entanto, agradar ao
grupo ligado ao presidente do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa.
Não significa que esses setores
não terão nenhuma atenção do
governo. Eles devem continuar
sendo alvo de medidas emergenciais, como as adotadas recentes
para as montadoras e as em estudo para fabricantes de linha branca (geladeiras, por exemplo).
O documento lista também as
medidas que o governo deve adotar para aumentar a taxa de investimento no país: reorganizar os
marcos regulatórios dos setores
de infra-estrutura; desonerar exportações; elaborar medidas para
redução do custo do crédito
(aprovação da Lei de Falências,
por exemplo) e desonerar gradualmente os bens de capital.
Essas medidas contribuiriam
para reduzir a vulnerabilidade externa, destaca o documento, permitindo um ciclo sustentado de
crescimento da economia brasileira nos próximos anos.
Texto Anterior: "Frases dois": Política industrial deve estimular fusões Próximo Texto: Trechos Índice
|