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Refino de petróleo é o que mais propaga vagas
DA REPORTAGEM LOCAL
As montadoras de veículos não
são grandes criadoras de empregos diretos e indiretos se estimuladas, como mostra ranking do
BNDES que identifica os setores
com maior ou menor potencial de
abrir novas vagas. Mas, considerando só o setor industrial, essas
companhias estão entre as três
com mais condições de multiplicar empregos, segundo estudo
elaborado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A indústria de automóveis, caminhões e ônibus ocupa a terceira
colocação em um ranking de 16
setores industriais com potencial
de multiplicar o número de vagas.
Para cada emprego criado nesse
setor, são abertas outras 9,3 vagas
em outros setores, segundo a
UFRJ. A primeira colocada é a indústria de refino de petróleo -a
cada emprego criado no setor, outros 20,3 são abertos em outros setores. Em segundo lugar aparece a
indústria de óleos vegetais -a cada emprego criado, outros 12,5
são abertos em outros setores.
As indústrias com menor potencial de multiplicar empregos
no país são a farmacêutica e de
perfumaria, a de borracha e a de
autopeças. Para cada emprego
criado nesses setores, são abertas
3,3 vagas em outros.
David Kupfer, coordenador do
grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da
UFRJ, que elaborou o ranking, informa que o multiplicador de emprego é maior nos setores que utilizam mão-de-obra intensa na fabricação do seu insumo.
Exemplo: a indústria de óleo de
soja é de capital intensivo, portanto emprega pouco. Só que ela é
grande consumidora de soja -a
produção do grão é intensiva em
mão-de-obra. A indústria de borracha, diz Kupfer, não é grande
multiplicadora de emprego porque compra insumo da indústria
química, que emprega pouco.
Apesar de alguns setores industriais terem potencial de multiplicar empregos, as indústrias estão
a cada ano perdendo a capacidade
de empregar. "A busca da modernização e da competitividade é
contínua, e o emprego vai sempre
sofrer os efeitos disso", afirma
Kupfer.
A indústria, na sua análise, tende a ter cada vez menos capacidade de absorção de emprego. "O
emprego terá de ser criado primordialmente no setor de serviços. Para minimizar o impacto na
indústria, deve haver políticas
compensatórias do governo." O
programa Primeiro Emprego do
governo Lula, diz, segue essa linha. (FF)
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