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"Gargalo" de fornecedores ameaça avanço
DA SUCURSAL DO RIO
A expansão das atividades
de exploração e produção de
petróleo no Brasil está ameaçada por um "gargalo" que
atinge o setor em escala global: o do fornecimento de
grandes equipamentos e instalações, como sondas, plataformas e barcos de apoio.
Hoje, sondas de perfuração levam até três anos para
serem entregues no mercado
internacional. Isso quando
as encomendas são aceitas
pelas indústrias sobrecarregadas. No caso das plataformas de petróleo, a espera pode chegar a cinco anos.
"A alta da cotação do petróleo provocou uma corrida
por equipamentos. Além disso, o preço do aço subiu muito, elevando os custos para
quem produz. Também há
escassez de mão-de-obra especializada, o que representa
dificuldade adicional", diz
Eloy Fernandez, diretor da
Onip (Organização Nacional
da Indústria do Petróleo).
O "gargalo" de fornecedores é uma das maiores preocupações do corpo técnico e
gerencial da Petrobras para a
exploração do pré-sal. Os diretores da estatal têm repetido que o maior problema não
será financeiro, mas sim "de
capacidade física, em nível
nacional e internacional".
Recentemente, o diretor
internacional, Jorge Zelada,
anunciou que uma das sondas encomendadas antes das
descobertas do pré-sal, que
ficará pronta no início do ano
que vem e seria instalada no
golfo do México, será desviada para a bacia de Santos.
Outra solução estudada é
produzir equipamentos em
série. Exemplo: para as primeiras plataformas do pré-sal, a idéia é encomendar de
cinco a dez cascos de uma vez
só. Assim, o fornecedor utilizará uma mesma "linha de
produção"- poupando tempo e reduzindo custos.
"O problema é muito sério
e precisa ser dimensionado
de forma adequada. Faltam
equipamentos de perfuração
de forma geral. Isso faz com
que, no caso das sondas, os
pedidos de agora só comecem a ser entregues em
2011", afirma Felipe Rizzo,
presidente da filial brasileira
da Doris, empresa francesa
de engenharia.
(ROBERTO MACHADO)
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