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Para Bird, Brasil tem dinheiro, mas gasta mal
DE WASHINGTON
O Bird (Banco Mundial) cobrou do Brasil uma mudança no
modo como o país gasta seus recursos públicos. Segundo Guillermo Perry, economista-chefe da
instituição para a América Latina,
o ""problema do Brasil não é falta
de dinheiro, mas o modo como o
país gasta o que arrecada".
Lembrando que a carga tributária no Brasil equivale hoje a 33%
do PIB (Produto Interno Bruto),
Perry afirmou que os gastos com
a Previdência e com o funcionalismo público são ""muito elevados e
não dirigidos exatamente às pessoas mais pobres".
""Com algumas mudanças, o
Brasil poderia abrir espaço suficiente em seu Orçamento para
programas sociais maiores e para
investir mais em projetos de infra-estrutura", disse Perry.
Anteontem, o Bird tinha afirmado que o Brasil deveria aumentar ""em dez ou 15 vezes" o dinheiro gasto em programas sociais como o Bolsa-Escola para
compensar a iniqüidade da distribuição de renda no país.
A diretora-gerente interina do
FMI (Fundo Monetário Internacional), Anne Krueger, havia feito
na semana passada a mesma cobrança. Krueger citou a carga tributária e sugeriu ""realocações"
para ampliar gastos sociais.
Em entrevista coletiva na reunião do FMI e do Bird, em Washington, Perry recomendou ao
Brasil que continue, dentro do
atual cenário de recuperação, a
perseguir superávits primários
(receitas menos despesas, exceto
o pagamento de juros) para ""enfrentar os momentos de dificuldades futuras".
David de Ferranti, vice-presidente do Banco Mundial para a
América Latina, afirmou que o
""atual cenário positivo para a região não vai durar para sempre. É
preciso aproveitá-lo".
Ferranti afirmou que a América
Latina poderá sofrer o impacto
nos próximos anos de uma alta
generalizada das taxas de juros internacionais e de uma queda nos
preços de commodities.
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