|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PATRIOTISMO FINANCEIRO
Americanos contribuem com US$ 66 mi em mais de quatro décadas
Doações "aliviam" dívida dos EUA
INAIÊ SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Norte-americanos de todas as
idades tiram dinheiro do próprio bolso e enviam cheques para o governo na tentativa de ajudar a diminuir a dívida nacional, que, hoje, se aproxima de
US$ 7,3 trilhões.
Eles seguem as instruções no
site do Tesouro, que orienta os
interessados a remeter seus cheques com a inscrição "Doação
para reduzir a dívida pública".
As contribuições vão de pequenas quantias a milhares de
dólares, disse à Folha o porta-voz do Tesouro americano, Peter Hollenbach.
A lei que permite a cidadãos
doar para a redução da dívida
foi aprovada em 1961. Desde então, US$ 66 milhões já foram remetidos ao Tesouro com esse
propósito.
Ajuda infantil
Até crianças costumam participar do programa. "Um dia recebemos uma pequena doação
de um menino de 12 anos que
ganhou algum dinheiro lavando
carros", conta Hollenbach. Com
o montante, o garoto enviou um
bilhete com a inscrição: "Estou
muito orgulhoso de poder ajudar o meu país".
Também há quem deixe toda
uma herança para o Tesouro.
Hollenbach conta o caso de
um imigrante da Letônia que
chegou aos Estados Unidos em
1927. Morto no final dos anos
90, ele deixou dezenas de milhares de dólares para o pagamento
da dívida nacional. No testamento, disse que se tratava de
uma forma de dar alguma retribuição ao país que o acolhera.
De outubro de 2003 até junho
deste ano, as doações já totalizam meio milhão de dólares.
"Nos últimos anos, temos recebido uma média de US$ 1,5
milhão por ano em contribuições", diz Hollenbach.
A maioria manda o dinheiro
se dizendo preocupada com o
tamanho das obrigações do
país. E não é para menos. Desde
que George W. Bush assumiu a
Presidência, em janeiro de 2001,
a dívida cresceu em US$ 1,6 trilhão. O total das obrigações inclui a dívida do governo (com
contas como a previdência social e o seguro-desemprego) e a
pública (títulos do Tesouro).
As guerras têm contribuído,
em grande parte, para o aumento das despesas.
Os EUA entraram no vermelho pela primeira vez em 1790,
quando assumiram as contas da
Guerra Revolucionária do Congresso Continental. Para financiar a 1ª Guerra Mundial, a dívida subiu de US$ 1 bilhão, em
1916, para US$ 26 bilhões, em
1919. No final da 2ª Guerra
Mundial, esse montante já havia
saltado para US$ 279 bilhões.
Texto Anterior: Vôo da águia: Múltis americanas obtêm lucros recordes Próximo Texto: Frase Índice
|