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Malan critica avaliação do risco-país
Sergio Lima/Folha Imagem
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O ministro da Fazenda, Pedro Malan, em depoimento no Senado |
JULIANNA SOFIA
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Pedro Malan (Fazenda) criticou ontem a forma como os investidores avaliam o risco Brasil, quando olham apenas
os indicadores que medem a sobretaxa de juros que os títulos do
país pagam em relação aos papéis
do Tesouro norte-americano.
Disse também que os investidores
desconhecem o Brasil quando
comparam a situação econômica
do país com a da Nigéria.
"Só quem não conhece o Brasil e
não conhece a Nigéria é capaz de
imaginar que o Brasil tem uma situação econômica e financeira semelhante", disse Malan em audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.
O risco Brasil mede o nível de
desconfiança dos investidores estrangeiros em relação à capacidade do país de honrar seus compromissos. Quanto mais alto o índice, maior a percepção de que o
país não tem condições de pagar
suas dívidas.
O índice Embi+, do banco de
investimento americano JP Morgan, registrou ontem que o risco-país do Brasil era o segundo
maior do mundo, perdendo apenas para o da Argentina. Ficou
atrás até mesmo da Nigéria.
Índice C-Bond
A forma de cálculo adotada pelos bancos de investimento leva
em conta os preços de todos os títulos de dívida do governo negociados no exterior. "Melhor chamar isso de índice de variação dos
preços do C-Bond [os papéis brasileiros mais negociados no mercado externo" em vez de chamar
de risco-país", avaliou Malan.
Ele admitiu que a situação brasileira "inspira alguns cuidados",
mas voltou a diferenciar o Brasil
de países como Argentina. "Temos mais condições de superar
turbulências que outros países
que atravessam problemas estruturais graves. O Brasil é maior que
essas turbulências", disse.
Na audiência -para explicar as mudanças na forma de contabilização dos ativos dos fundos de investimento-, Malan defendeu a atuação do Banco Central na antecipação da medida.
"Essa não era uma questão relevante quando não havia grande
volatilidade nos títulos. Ao antecipar a marcação a mercado, o BC
evitou que o pequeno investidor fosse prejudicado pelo mais informado, que sairia antes do fundo que não estivesse ajustado."
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