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IPCA abaixo de 4,5% só em 2011, diz Meirelles
DE LONDRES
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mostrou ontem a investidores em
Londres que a inflação deve ficar abaixo da meta novamente
apenas a partir de 2011, de acordo com as expectativas do mercado brasileiro.
"A expectativa de inflação está de volta ao centro da meta",
disse Meirelles, reforçando que
"o Banco Central está comprometido a manter a inflação na
meta pelos próximos anos".
Em uma apresentação de
cerca de 40 minutos, Meirelles
baseou-se nas pesquisas que o
Banco Central faz regularmente no mercado, que mostram
uma previsão de inflação acima
de 6% neste ano e de 4,78% no
ano que vem. Em 2010, a taxa
ficaria em 4,5%, exatamente na
meta, e só voltaria a ficar abaixo
em 2011, com 4,3%.
Aos investidores, que ocupavam metade dos cerca de 300
lugares do auditório de um hotel na capital britânica, Meirelles tentou demonstrar que a
economia brasileira mantém-se sólida e capaz de crescer de
forma sustentável.
"Para fortalecer suas contas,
o Brasil não cresce tanto quanto poderia", disse o presidente
do BC, em inglês.
Abordado na saída do evento,
disse que não falaria com a imprensa, em razão da divulgação
do relatório ontem em Brasília:
"Nesses dias, só uma pessoa fala", justificou-se Meirelles, que
passou três dias em Londres
sem conceder entrevistas. Ontem, o presidente do BC viajou
para a Suíça e, anteontem, encontrou-se com o presidente
do Banco Central britânico,
Mervyn King. A reunião, porém, não chegou a ser divulgada para a imprensa.
Reservas
Na apresentação, Meirelles
afirmou que as reservas do país
estão muito próximas de chegar aos US$ 200 bilhões, muito
acima dos US$ 16 bilhões de
meados de 2003, primeiro ano
de governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
No mês passado, estavam em
US$ 197,9 bilhões. Para mostrar que o país ocupa uma posição confortável também no que
diz respeito à energia -uma
das maiores preocupações dos
investidores atualmente-,
Meirelles afirmou que praticamente a metade da energia utilizada no Brasil (45,8%) é renovável, contra apenas 12,7% da
média global e 6,2% dos países
da OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
(PEDRO DIAS LEITE)
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