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Shell mostra interesse em investir no álcool de cana
Petrolífera quer participar do setor de biocombustíveis
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
A gigante do petróleo Shell
está interessada em investir na
sua alternativa, o biocombustível. Segundo o diretor de tecnologia da empresa, Jan van der
Eijk, o álcool brasileiro tem todas as vantagens para torná-lo
um investimento atraente.
"É claro que estamos interessados em álcool de cana", disse.
"Acreditamos que tem a correta vantagem econômica e ambiental e é possível produzir de
maneira sustentável."
Van der Eijk disse que a empresa quer participar "ativamente" do mercado de biocombustíveis. De acordo com ele, o Brasil tem todas as condições
para se firmar como a grande
base de produção, não apenas a
partir de cana, mas de outras
fontes, como celulose.
Segundo ele, a Shell quer aumentar a exploração de petróleo em certas regiões, e que "a
costa do Brasil é certamente
uma delas". Ele prevê que o petróleo vai elevar o status internacional do Brasil. "Com as
descobertas, o Brasil vai ter um
papel cada vez mais importante", disse ele.
O executivo da Shell não foi o
único a elogiar o álcool brasileiro. Entre as personalidades do
mundo da diplomacia e dos negócios convidados pela fundação do ex-secretário-geral da
ONU Kofi Annan, para discutir
"o lado humanitário" das mudanças climáticas, o combustível de cana foi absolvido.
O presidente mundial da Coca-Cola, Muhtar Kent, disse
que o álcool de cana leva vantagem em termos econômicos e
ambientais sobre os demais
biocombustíveis. Elogiou o desempenho econômico do Brasil
e disse que o país é um dos mercados de maior crescimento da
Coca-Cola no mundo.
Para o Nobel da Paz Rajendra
Pachauri, presidente do IPCC
(painel da ONU para o clima),
tudo indica que o álcool de cana
é sustentável. "Pelo menos é o
que parece", disse o indiano.
Ele se mostrou preocupado
com o desmatamento da Amazônia, mas não quis atribuí-lo
ao avanço do álcool.
Javier Solana, chefe da diplomacia da União Européia, lançou o conceito de "soberania
responsável" para definir o
compromisso de cada país com
o clima do mundo. Indagado
como isso se aplicaria à Amazônia, Solana disse que as mudanças climáticas são um desafio
que poderá ser vencido apenas
com a ajuda de todos. "Todos a
bordo", disse Solana, "mas com
responsabilidades variadas".
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