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Velha Varig só tem dinheiro para operar até outubro
Avaliação é parte de relatório aos credores; Flex passou a voar em março, com fretamento
Início dos vôos regulares foi
adiado em razão da falta de
recursos para sustentar as
operações e da necessidade
de autorização pela Anac
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A velha Varig só tem recursos
para voar até outubro. A avaliação faz parte do último relatório enviado aos credores, no
mês de maio, referente às operações de abril.
A companhia aérea foi rebatizada como Flex e voltou a
voar em março, com operações
de fretamento. De acordo com
o relatório, o início dos vôos regulares foi adiado em razão da
falta de recursos para sustentar
as operações e da necessidade
de autorização pela Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil).
"Caso as operações de vôos
regulares não sejam retomadas
devido à não-confirmação das
premissas anteriores, os recursos financeiros existentes serão suficientes para fazer face
aos gastos das empresas em recuperação até o mês de outubro
de 2008", afirma o documento,
assinado por Aurélio Penelas,
gestor judicial.
O gestor ressalta que o plano
de recuperação da companhia
só será cumprido se a empresa
tiver sustentabilidade técnica e
financeira, sob condições de
mercado, de forma a garantir o
seu sustento até o recebimento
dos recursos da ação de defasagem tarifária contra a União e
de cobrança indevida de ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços), além
da liquidação de passivos trabalhistas, fiscais e comerciais.
Segundo o gestor, essa condição só poderá ocorrer se a empresa conseguir receber os valores que a VarigLog e a nova
Varig, que pertence à Gol, têm a
pagar.
Além disso, a Flex pode receber recursos da ação de defasagem tarifária, que foi encaminhada ao Supremo Tribunal
Federal. A expectativa é que o
valor minimize boa parte das
dívidas da empresa, estimadas
em mais de R$ 7 bilhões.
Em 30 de abril, o saldo de caixa da velha Varig era de R$ 13,6
milhões. A empresa registrou
recebimentos extraordinários
de R$ 1,5 milhão em abril referente ao pagamento de um saldo remanescente feito pela EuroAtlantic e de uma remessa de
Montevidéu.
A companhia estima em R$
53,2 milhões o valor do encontro de contas com a VarigLog. A
velha Varig obteve a penhora
on-line do valor reconhecido
pela VarigLog, de R$ 37,8 milhões. Até agora, a empresa não
recebeu os recursos, mas obteve a indisponibilidade sobre
1.175.731 ações preferenciais
escriturais da Gol, registradas
em nome da VarigLog.
Em relação à nova Varig,
existem pendências referentes
ao período após a venda dessa
fatia da empresa em leilão e antes da obtenção do Cheta (Certificado de Homologação de
Empresa de Transporte Aéreo). O valor será determinado
por perícia.
O fim do processo de recuperação judicial está previsto para
o dia 17 de julho. Antes disso, os
credores poderão discutir em
assembléia a possibilidade de
pedir ao juiz da 1ª Vara Empresarial que prorrogue o prazo.
Quem assumir a companhia
deverá seguir as regras previstas no plano de recuperação.
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