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Petrobras paralisa investimentos no país
DE CARACAS
Na contramão do aumento
dos investimentos brasileiros, a
Petrobras praticamente paralisou os planos de expansão na
Venezuela. Dos cinco projetos
previstos na "aliança estratégica" com a estatal PDVSA, assinada em fevereiro de 2005, nenhum foi implementado e pelo
menos dois estão descartados.
O principal era a participação
de 40% da Petrobras no campo
de petróleo Carabobo 1, em
contrapartida à sociedade na
refinaria de Pernambuco, onde
a PDVSA teria a mesma porcentagem. Em dezembro, a empresa brasileira informou que
só tinha interesse em participar de 10% -e mesmo essa porcentagem ainda não é certa.
O projeto de recuperação pela empresa brasileira de cinco
campos maduros da PDVSA,
tampouco saiu do papel.
A área de gás está igualmente
sem avanços. No ano passado, a
Petrobras desistiu do campo
Mariscal Sucre, que abasteceria
o Gasoduto do Sul, megaprojeto que está na geladeira. A alegação foi de que as reservas ainda não estão provadas.
A Petrobras devolveu o bloco
5 da plataforma Deltana, da
"aliança estratégica". Segundo
a Folha apurou, havia dúvidas
sobre a viabilidade comercial.
O único projeto que pode
sair do papel na área do gás é o
bloco Moruy 2. A empresa tem
desde 2005 os direitos de exploração, com a japonesa Teikoku, mas ainda não perfurou
nenhum poço de exploração.
A Petrobras iniciou suas atividades no país em 1994, quando adquiriu a Perez Companc
da Venezuela, de capital argentino. Hoje, tem cerca de 80 funcionários e produz em média
14,1 mil barris de petróleo por
dia. Desde 2006, por causa da
legislação nacionalista de Chávez, passou a sócia minoritária
da PDVSA das quatro empresas em que tem participação.
Para o analista de petróleo
Jorge Piñón, da Universidade
de Miami, o fracasso nas negociações se deve às dificuldades
encontradas pela Petrobras,
que ele considera bem administrada e com orientação de
mercado, em se associar à politizada PDVSA de Chávez.
Para Piñón, as recentes descobertas de petróleo no Brasil
influenciaram. "A Petrobras já
não tem mais tanta pressão e
pode negociar de um ponto de
vista mais vantajoso."
Ao longo das últimas duas semanas, a reportagem solicitou
uma entrevista com o diretor
da Área Internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, mas
não obteve resposta.
(FM)
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