O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) tomou ontem a decisão de suspender a veiculação de todas as peças publicitárias -inclusive os anúncios em TV- da Nova Schin que contenham a frase "leve e gostosa como nenhuma outra". A medida implica a retirada imediata dos comerciais. A Nova Schin já foi informada da decisão.
O Conar argumenta que a frase é muito subjetiva. A Nova Schin não tem como provar que a cerveja é mais "leve e gostosa" do que a das suas concorrentes. O processo contra a cervejaria tinha sido julgado em junho, quando o Conar recomendou a suspensão da campanha.
A cervejaria, no entanto, não tinha até então cumprido a determinação. Ontem, o Conar decidiu, por meio de liminar, suspender toda a campanha publicitária da Nova Schin. Procurada pela Folha, a Nova Schin afirmou que refez a campanha após a recomendação do Conar e, no anúncio que irá entrar no ar, a partir de domingo, a frase original foi modificada para "leve e gostosa".
O Conar decidiu, neste ano, apertar o cerco contra os anúncios de cervejas. No dia 10 de abril, o órgão adotou novas regras para a propaganda dos chamados "produtos sensíveis", entre eles as bebidas alcoólicas. O objetivo é o de que os comerciais de cerveja se concentrem nas características das bebidas.
As novas regras definidas pelo Conar visaram basicamente duas grandes mudanças. A primeira é evitar a exploração da imagem sensual das mulheres na propaganda de cerveja e a outra é chamar mais a atenção para as frases de advertência ao consumo da própria bebida.
Desde que o Conar adotou essas novas regras, o número de processos contra anúncios de bebidas aumentou significativamente. Só neste ano deram entrada no Conar 89 processos, sendo que 35 foram julgados.
No final de junho, quando o Conar julgou o processo contra a Nova Schin, o órgão de auto-regulamentação publicitária também encaminhou uma lista com 32 recomendações a todas as cervejarias contendo restrições a campanhas publicitárias.

RODADA DOHA
O ex-ministro Pratini de Moraes afirma que é essencial para o Brasil que se mantenha a Rodada Doha, mesmo que o resultado das negociações nesta semana tenha ficado abaixo das expectativas. A sua maior preocupação é com a sobrevivência da OMC (Organização Mundial do Comércio), que tem sido um organismo importante para o país defender seus interesses comerciais. Nos últimos anos, o Brasil tem conseguido obter vitórias importantes na OMC, como no caso recente do algodão. "A OMC ainda vai ajudar o Brasil a baixar as tarifas contra o álcool."

PELOS TUBOS

O grupo Singulare, fabricante de tubos de concreto e de galerias de águas pluviais, investiu R$ 7,5 milhões em 12 meses para ampliar a produção. A empresa atende empreiteiras responsáveis por obras públicas e tem R$ 23 milhões em contratos fechados. "A obra que norteia o investimento é o Rodoanel. As prefeituras no entorno da capital também investem", diz Francisco Rodrigues Neto, diretor do grupo.

NO PAPO
Eduardo Wurzmann, presidente da Veris Educacional, que mantém o Ibmec e o Ibta, inaugura novos campi, até o final de 2009, em Brasília, Campinas e Belo Horizonte; a empresa investe em aquisições de centros educacionais e cresce 30% ao ano desde 2004; "procuramos instituições que tenham boa qualidade acadêmica e ofereça boa empregabilidade aos alunos", diz Wurzmann; a empresa, que comprou a Metrocamp no mês passado, está em fase final de negociação para outra aquisição em uma das regiões em que atua

CONTRACHEQUE
A Caixa Econômica Federal destinará, neste ano, R$ 60 bilhões para empréstimos a pessoas jurídicas. No ano passado, foram aplicados R$ 40 bilhões. Para as pequenas e microempresas, os investimentos já programados pelo banco são de R$ 48 bilhões.

NO COPO
O Cade aprovou, na última quinta-feira, por unanimidade, a formação da AmBev, empresa resultante da fusão entre as cervejarias Brahma e Antarctica, ocorrida em setembro de 1999. O órgão concluiu que a empresa cumpriu integralmente o TCD (Termo de Compromisso de Desempenho) firmado com o Cade logo após a formação da AmBev.

TROPICAL
Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e Óscar Arias Sánchez, presidente da Costa Rica, encontram-se em São Paulo na quinta-feira para discutir oportunidades de negócios com o Brasil. A Costa Rica é a maior importadora de produtos de Ribeirão Preto, no interior paulista. Cerca de 25% das importações de álcool do país provêm dessa região.

Acordo expande vôo de carga para Ásia e Oceania

Os acordos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para aumentar o número de vôos e de escalas permitidas expandirá o transporte de cargas.
Negociação concluída com os EUA permitirá viagens para a Ásia com escala no país. Outro acordo bilateral com a Austrália torna possíveis os vôos para o país via Europa, África ou pelo Cone Sul.
Antes do acordo, só a Japan Airlines fazia rotas de carga do Brasil para a Ásia. Para a Oceania, nenhuma companhia aérea de carga voou no ano passado.
Além da permissão para fazer escalas, as empresas também receberam aval para firmar parcerias de "code share" com empresas estrangeiras que façam o trecho entre uma cidade norte-americana e a Ásia, ou de outra cidade na América do Sul, na Europa ou na África para chegar à Austrália.
No próximo mês, entra em negociação mais um acordo desse tipo com África do Sul e Índia. A reunião acontece em Pretória, na África do Sul, na primeira semana de agosto.

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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