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Proposta européia eleva acesso do álcool brasileiro à região
DE GENEBRA
Uma oferta européia produziu ontem um sinal positivo sobre o acesso do álcool aos mercados dos países ricos, um tema considerado crucial pelo
Itamaraty. A notícia veio a público de forma inusitada, através do blog do comissário europeu do Comércio, o britânico Peter Mandelson.
No diário eletrônico que
vem fazendo sobre as negociações em Genebra, Mandelson
revelou ter oferecido ao ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim, um acordo para dar "um significativo e valioso novo acesso" ao biocombustível nos mercados europeus. Mas Amorim não reagiu
como Mandelson esperava.
"Surpreendentemente, dada a
importância do tema em Brasília, Amorim pareceu rejeitar
o valor da oferta", escreveu o
comissário europeu.
Mandelson ofereceu uma
cota para a exportação de etanol de 1,4 milhão de toneladas
por ano até 2020, com tarifa de
10%. O gesto foi considerado
importante, sobretudo porque
até poucos dias atrás os europeus mantinham-se decididos
a não abrir o mercado ao álcool, mantendo o combustível
como "produto sensível".
Mas o anúncio não satisfez à
indústria brasileira.
A Unica (União da Indústria
de Cana-de-Açúcar) criticou a
concessão de cota e defendeu a
"plena integração" do álcool ao
sistema mundial de comércio.
"Não deve haver tratamento
diferenciado, pois o etanol hoje não é considerado produto
sensível nem na Europa nem
nos Estados Unidos", afirmou
em nota o presidente da entidade, Marcos Sawaya Jank,
que chega hoje a Genebra para
acompanhar o desfecho das
negociações.
No começo da semana, ao
reunir-se com a secretária do
Comércio dos EUA, Susan
Schwab, o chanceler Amorim
deixara claro que esperava
acesso para o álcool dentro de
um acordo da Rodada Doha.
Os Estados Unidos aplicam
hoje uma tarifa de importação
de US$ 0,54 sobre o galão de álcool, mas afirmam que se trata
de um imposto interno. Até
agora, não deram sinais de flexibilidade.
(MN)
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