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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
ABN teme crise do crédito em financiamento de veículos
A Aymoré, financeira do
ABN-Amro, implementa um
projeto que pretende servir de
escudo caso o avanço dos financiamentos de automóveis se
torne desenfreado e provoque
uma crise como a do "subprime", deflagrada pelas hipotecas
de imóveis nos EUA.
O risco só existe se a economia brasileira crescer mais de
5%, mas, na dúvida, a Aymoré
decidiu se antecipar. O motivo
foi um relatório preparado pela
consultoria ATKearney, que
circula entre banqueiros há
cerca de dois meses, e que
aponta riscos do modelo de financiamento de automóveis.
O estudo afirma que há semelhanças entre o esquema
das hipotecas americanas
("subprime") que causaram a
crise financeira atual e o sistema de crédito das financeiras
de automóveis brasileiras.
O texto indica que, em prazos
muito longos, a amortização da
dívida não coincide com a depreciação dos veículos, algo
muito parecido com o que
ocorreu com as casas hipotecadas nos EUA e que foram concedidas como garantias ao mercado, após terem perdido seu
valor rapidamente.
Ainda segundo a ATKearney,
um ano após a compra, um veículo retém, em média, 78% de
seu valor original. Com essa depreciação, ainda seria preciso
amortizar 89% do valor de um
financiamento de 60 meses. Ou
seja, um empréstimo automotivo já é simplesmente a dívida,
sem suas garantias reais.
É por isso que a Aymoré está
tentando mudar o esquema vigente no mercado.
A partir de agora, ela quer recompensar seus agentes e lojistas pelo desempenho de sua
carteira de financiamentos.
Hoje, eles recebem comissões
por contratos, independentemente do resultado.
Pelo novo modelo, as carteiras que perdurarem por mais
tempo com boa taxa de retorno
serão mais recompensadas. Esta seria uma forma de garantir a
"saúde financeira" do sistema
de crédito, evitando, por exemplo, que os carros sejam trocados por outros antes do pagamento do financiamento.
EM CIMA DA HORA
Preocupados com o fato
de que grande quantidade
de relógios suíços são, na
verdade, feitos fora da
Suíça, marcas como
Swatch Group e Rolex
querem apertar as regras
para denominar um verdadeiro Swiss-made, segundo o "Wall Street
Journal". A idéia é aumentar a exigência de peças suíças. "Hoje é legal
vender relógio como se
fosse suíço com poucas
peças suíças", diz Nick
Hayek, do Swatch Group.
"É como colocar bancos
suíços em um carro produzido em outro lugar e
vendê-lo como suíço."
PORTÁTIL
A Itautec cresceu 283%
em vendas de notebooks no
primeiro semestre ante
igual período de 2007. Segundo levantamento da consultoria IT Data, o mercado
brasileiro de notebooks
cresceu 173% no semestre,
com venda acumulada de
1.188.100 unidades.
GALPÃO
A Tishman Speyer, que
atua no ramo imobiliário,
vai começar a focar na área
industrial. A empresa comprou terreno de 300 mil m2
em Sorocaba (SP) e investirá cerca de R$ 120 milhões
para desenvolver um condomínio logístico com galpões
e armazéns no local.
SALA DE AULA
Os institutos Camargo
Corrêa e Alpargatas, a partir
do dia 30, começam um projeto de reforma de 375 escolas. No primeiro final de semana, três escolas serão reformadas na Paraíba. A ação,
que integra o Programa Escola Ideal, deve beneficiar
100 mil alunos. O mutirão
terá apoio das comunidades,
poder público e funcionários da Alpargatas.
SEGURADO
Após investir US$ 12 milhões para se tornar resseguradora admitida no Brasil, a
Swiss Re está com o seu quadro de funcionários completo, com 25 pessoas. A meta é
atingir a liderança localmente em até cinco anos. O
"market share" esperado é
de 10% a 15%, apostando em
contratos de riscos patrimoniais, engenharia, da área
agrícola, transportes, vida e
crédito e garantia. Em estudo sobre a indústria de seguros no mundo, a Swiss Re indicou que o Brasil liderou o
crescimento da América Latina no volume de seguros
de vida em 2007 e gerou prêmios de US$ 18 bilhões, alta
de 15,5% em relação a 2006.
BILATERAL
John Hutton, ministro de
Estado britânico para Negócios, Empreendimentos e
Reforma Regulatória, desembarca no Brasil na próxima semana. Hutton se encontrará com Miguel Jorge
(Desenvolvimento) e empresários brasileiros e britânicos. A ênfase da visita está
na energia, mas outras áreas
também serão contempladas, como oportunidades de
colaboração bilateral que
surgirão com os eventos esportivos como Olimpíada de
2012 em Londres, Copa de
2014 no Brasil, etc.
Cade deve ampliar acordos sobre casos de cartel, afirma Reale
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)
deve ampliar os acordos nas esferas criminal e administrativa
com as empresas acusadas de
prática de cartel. Essa é a tese
de Eduardo Reale, especializado em direito penal e professor
da Universidade de São Paulo.
Segundo o advogado, um
processo administrativo pode
se arrastar por até dez anos.
"Sou favorável à ampla mediação do conflito." Para o especialista, a tendência é que os acordos sejam ampliados, mas ainda há restrições. Quando o cartel é denunciado por uma das
partes envolvidas, por exemplo, o acordo não pode ser feito.
Reale discute, na quinta, em
seminário no IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), as precauções que as
empresas devem tomar para
evitar a acusação -entre elas, a
criação de um código de conduta e de um comitê de ética.
Atualmente, a SDE (Secretaria de Direito Econômico), ligada ao Ministério da Justiça, investiga cerca de 300 suspeitas
de cartel. Os processos administrativos enviados ao Cade
pelo Departamento de Proteção e Defesa Econômica, do
Ministério da Justiça, passaram de oito em 2006 para 34
em 2007 -30% das ações investigam a prática de cartel.
LEITURA
EDITORAS BRASILEIRAS VÃO À CHINA PARA INCENTIVAR EXPORTAÇÃO
Seis editoras brasileiras embarcam na quinta para a China
em missão comercial. A iniciativa é parte do convênio entre
a Câmara Brasileira do Livro e a Apex-Brasil para incentivar
as exportações de livros brasileiros, especialmente com a
venda de direitos autorais. Estão na missão Unesp, Nobel,
Callis, Cortez, Canção Nova e Yendis. As brasileiras visitarão
a Feira do Livro de Pequim. Segundo levantamento da CBL
com a Copyright Agency of China, o maior interesse dos editores locais é por livros de auto-ajuda, infantis, livros sobre
animais e geografia.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e JULIO WIZIACK
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