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Outro lado
Para tenente, polícia tentou o diálogo antes
DA ENVIADA ESPECIAL A PONTAL
O tenente da PM de Pontal, Eduardo Martins Ribeiro, que comandou ontem as
operações em Pontal que resultaram em três cortadores
de cana presos e seis feridos,
afirmou que os policiais estavam na cidade para cumprir
a decisão da Justiça do Trabalho de Sertãozinho, que
obriga a Feraesp a deixar os
bóias-frias que não aderiram
à greve saírem para o corte
da cana, sob pena de multa
de R$ 50 mil.
"A polícia se utiliza primeiro do diálogo, depois dos
meios não-letais dos quais
dispomos e, se preciso, de
outros meios legais para evitar o dano do patrimônio público e privado", disse.
A decisão, assinada pelo
juiz Renê Jean Marchi, foi
provocada por uma ação de
interdito proibitório proposta pelas usinas Bela Vista e
Bazan, ambas de Pontal. A
sentença foi dada na última
sexta-feira. Segundo o capitão Luiz Fernandes da Costa,
que comandou a operação no
distrito de Cruz das Posses,
em Sertãozinho, a Justiça do
Trabalho também concedeu
decisão semelhante à usina
Albertina.
O advogado Paulo César
Paschoal, assessor jurídico
da diretoria do Grupo Bazan,
ao qual pertencem as usinas
Bazan e Bela Vista, informou
que o prejuízo gerado às empresas pela paralisação soma
R$ 4 milhões.
Segundo Paschoal, as usinas já prevêem atraso para
esta safra, já que a moagem
da cana-de-açúcar foi diminuída em 26% nos seis dias
de greve. "Essa liminar veio
reforçar um preceito constitucional que é o direito de ir e
vir. A polícia só fez cumprir
isso", disse Paschoal.
Segundo Ribeiro, tenente
em Pontal, cerca de 60 ônibus, transportando mais ou
menos 30 trabalhadores, foram escoltados pelos policiais em direção aos canaviais ontem. O advogado do
grupo Bazan informou que
as usinas só reconhecem como parte legítima para negociações o Sindicato Rural de
Pontal, com o qual firmaram
os acordos salariais para esta
safra, que vigoram até 2009.
A vice-presidente do sindicato, Maria de Fátima Guimarães, 50, ex-cortadora de
cana, informou que discorda
do modo como a greve está
sendo conduzida e disse que
nenhum dos manifestantes
procurou a entidade, antes
da invasão de ontem.
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