São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2008

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Maior greve com pauta unificada ocorreu em 1986

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Em junho do ano passado, os cortadores de cana-de-açúcar do interior paulista ameaçaram entrar em greve geral após impasse com usinas. Se vingasse, seria a primeira greve geral de bóias-frias com pauta unificada desde 1986. Entretanto, apenas 2.500 trabalhadores realmente entraram em greve -a maioria na região de Ribeirão Preto.
Os trabalhadores reivindicavam reajuste salarial, carga horária máxima de 30 horas semanais e pagamento por metro, em vez de por tonelada. Bóias-frias das usinas São Francisco, de Sertãozinho, e da usina Santa Cruz, em Américo Brasiliense, paralisaram os trabalhos por 11 e 3 dias, respectivamente. Trabalhadores da usina Zanin, de Araraquara, também entraram em greve, por 3 dias. Em Catanduva, Ibaté e Dois Córregos, bóias-frias permaneceram em estado de greve. A greve terminou após negociação com os usineiros.

Braços cruzados
Na época, a Feraesp (Federação dos Empregados Rurais do Estado de São Paulo) alertou que 120 mil cortadores, o equivalente a 70% do total do Estado, poderiam iniciar a greve geral, remetendo à famosa paralisação de 1984, em Guariba, onde um confronto com a Polícia Militar resultou em uma morte, 30 feridos, sendo 14 a bala, mercados saqueados e carros e prédios destruídos -naquele ano, cerca de 5.000 bóias-frias cruzaram os braços .
Dois anos depois, aconteceria a última greve geral do Estado, que começou por Leme e se espalhou por todas as regiões canavieiras do Estado de São Paulo.


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