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Maior greve com pauta unificada ocorreu em 1986
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Em junho do ano passado,
os cortadores de cana-de-açúcar do interior paulista
ameaçaram entrar em greve
geral após impasse com usinas. Se vingasse, seria a primeira greve geral de bóias-frias com pauta unificada
desde 1986. Entretanto, apenas 2.500 trabalhadores
realmente entraram em greve -a maioria na região de
Ribeirão Preto.
Os trabalhadores reivindicavam reajuste salarial, carga horária máxima de 30 horas semanais e pagamento
por metro, em vez de por tonelada. Bóias-frias das usinas São Francisco, de Sertãozinho, e da usina Santa Cruz,
em Américo Brasiliense, paralisaram os trabalhos por 11
e 3 dias, respectivamente.
Trabalhadores da usina Zanin, de Araraquara, também
entraram em greve, por 3
dias. Em Catanduva, Ibaté e
Dois Córregos, bóias-frias
permaneceram em estado de
greve. A greve terminou após
negociação com os usineiros.
Braços cruzados
Na época, a Feraesp (Federação dos Empregados Rurais do Estado de São Paulo)
alertou que 120 mil cortadores, o equivalente a 70% do
total do Estado, poderiam
iniciar a greve geral, remetendo à famosa paralisação
de 1984, em Guariba, onde
um confronto com a Polícia
Militar resultou em uma
morte, 30 feridos, sendo 14 a
bala, mercados saqueados e
carros e prédios destruídos
-naquele ano, cerca de
5.000 bóias-frias cruzaram
os braços .
Dois anos depois, aconteceria a última greve geral do
Estado, que começou por Leme e se espalhou por todas as
regiões canavieiras do Estado de São Paulo.
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