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Manda quem
contribui,
diz empresário
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem tem de administrar
o sistema S são os donos do
dinheiro. O recado é dado
pelos empresários ao governo, que quer democratizar a
gestão do sistema.
"O governo não tem de botar a mão nem no dinheiro
nem na administração desses recursos", afirma Paulo
Butori, presidente do Sindipeças, que reúne as indústrias de autopeças. "A administração pública tem de se
preocupar com saúde, educação, infra-estrutura e saneamento." Ele não vê problemas, entretanto, em uma
gestão compartilhada com
os trabalhadores.
Para Synésio Batista da
Costa, vice-presidente da
CCE, o trabalhador não contribui para o sistema, mas se
beneficia dele. "Por essa razão, é o empresário que tem
de gerir os recursos. Já o governo recebe para ser o arrecadador. Pagamos uma comissão do INSS para prestar
esse serviço para as indústrias", afirma.
O grupo CCE contribui
com R$ 340 mil por mês para o sistema. "São descontados 5,8% para Senai, Sesi, salário-educação, Sebrae e Incra. Desse desconto, tenho
retorno do que ocorre com o
dinheiro que vai para os S,
mas o que o governo faz com
o desconto que vai para o Incra?", diz Costa.
Os empresários defendem
há anos a redução dos encargos sociais como condição
para baixar o custo da contratação. Mas não estendem
a reivindicação para os S,
que também são financiados
por uma contribuição social.
"No nosso caso, é a contribuição mais barata que existe. Porque o desconto de 2%
sobre a folha de pagamento
das empresas de transporte
resulta em capacitação e
atendimento para nossos
funcionários", diz Urubatan
Helou, diretor-presidente da
Braspress, uma das maiores
distribuidoras de encomendas urgentes do país.
Nem todos os empresários
são contra discutir reformas
no sistema. "Em algum momento, a estrutura de financiamento compulsória terá
de ser revista", afirma Paulo
Godoy, presidente da Abdib
(indústria de base).
Para Tarcísio Secoli, representante da CUT no fórum
que discute o sistema S, o
trabalhador deve participar
da gestão dos recursos porque o custo desses encargos
é repassado para o preço dos
produtos. "Se a sociedade
paga por isso, tem de participar, sim, dessa discussão."
Para o presidente interino
da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o trabalhador
tem de participar do debate
sobre cursos para formação
profissional.
(FF e CR)
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