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IBGE e Fundação Seade buscam
recursos para estender pesquisas
DA REPORTAGEM LOCAL
A interiorização da economia
brasileira levou o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Fundação Seade (Sistema
Estadual de Análise de Dados do
Estado de São Paulo) a estudar a
possibilidade de estender pesquisas de emprego ao interior do
país. Isso não foi feito até agora,
informam, por falta de recursos.
O IBGE, que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) mensalmente em seis regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife), pretende lançar em 2006 uma pesquisa de emprego que vai abranger os 27 Estados brasileiros.
O custo estimado dessa pesquisa é de R$ 11 milhões anuais. Para
colocá-la em prática, serão necessários outros R$ 5 milhões, diz Cimar Azeredo Pereira, gerente da
pesquisa de emprego do IBGE.
O custo da PME anual, diz ele, é
da ordem de R$ 2,4 milhões -ou
R$ 200 mil por mês- nas seis
áreas nas quais são realizadas a
pesquisa. O custo da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios), realizada uma vez
por ano, é de R$ 6 milhões. Pereira diz que a nova pesquisa de emprego deverá ser financiada pelo
governo e por ministérios por
meio de convênios.
A população ocupada pesquisada pela PME representa, segundo
ele, 25% da população ocupada
do país. A população com carteira
assinada, 34,2%. Os sem-carteira,
23,9%. Os trabalhadores por conta própria, 23,3%.
Apoio do PPP
A Fundação Seade, vinculada à
Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, vai
buscar no projeto de PPP (Parceria Público-Privada), anunciado
recentemente pelo governo federal, apoio das universidades para
estender ao interior a pesquisa de
emprego e desemprego, realizada
com o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos) na região metropolitana de São Paulo.
"O governo tem interesse, sabe
da importância de analisar o emprego no interior, mas o cobertor
é curto. Faltam recursos até para
ambulâncias. Por isso, uma das
idéias é recorrer à PPP", diz Felícia Reicher Madeira, diretora-executiva da fundação.
De acordo com a pesquisadora,
uma das propostas é que as universidades concedam bolsas de
estudo aos estudantes que participarem da coleta de dados nos estudos que vierem a ser realizados
no interior paulista.
O único estudo que mede o emprego no interior paulista -a
Pesquisa de Condição de Vida-
deveria ter periodicidade de quatro em quatro anos, mas deixou
de ser realizado em 2002, diz a diretora, por falta de recursos.
O custo total da PED (Pesquisa
de Emprego e Desemprego) na
região metropolitana de São Paulo é de R$ 3,381 milhões anuais
-dos quais R$ 2,183 milhões são
bancados pelo governo estadual,
R$ 825 mil são recursos do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador) e R$ 371 mil da Fundação
Seade.
Rosane Maia, coordenadora do
Observatório do Mercado de Trabalho do Ministério do Trabalho,
diz que as pesquisas de emprego
são muito caras e até recentemente não se justificavam estendê-las
ao interior, já que boa parte da atividade produtiva estava concentrada nas áreas metropolitanas.
"Mas a interiorização da economia vai pressionar o governo a levar a pesquisa para cidades mais
distantes dos centros urbanos."
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