|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Delator diz ter sofrido atentado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-integrante do suposto cartel de empresas de segurança privada, Rubem Baz Oreli, e seu funcionário Alexandre Luzardo da
Silva afirmam que sofreram atentados depois de denunciar o esquema para fraudar as licitações
do seu Estado.
Oreli enviou à Folha um fax
com um boletim de ocorrência,
datado de 30 de julho de 2002, um
dia depois de fazer a primeira denúncia sobre o cartel à imprensa
local. No boletim está registrado
que Oreli, hoje dono da empresa
de vigilância Antares, recebia telefonemas anônimos com ameaças
de morte.
Segundo o empresário, seu carro já foi alvejado. "No ano passado, sofri três visitas na tentativa de
intimidação à força, para matar",
diz Oreli. Luzardo afirma ter enfrentado o mesmo tipo de problema. Mesmo com as ameaças, os
dois preferiram recusar a segurança oferecida pela SDE (Secretaria de Direito Econômico).
"Eu uso o meu esquema de segurança, nada do governo", disse
Luzardo. Segundo ele, seria preciso mudar todo o seu estilo de vida
caso aceitasse a proteção do Estado. A última vez que Oreli teria
participado como membro do
cartel foi em junho de 1994, quando era encarregado de uma empresa em Porto Alegre. Ele comprou a Antares em 2000.
Entre as ameaças, Oreli e Luzardo receberam convites para voltar
a integrar o cartel. "Fui chamado
para a mesa. Ninguém fala em
cartel, é proibido a palavra cartel.
Eles falam em ir à mesa."
Segundo Luzardo, os participantes do cartel tentavam convencê-los a se retirar de licitações
e prometiam benefícios caso voltassem para "a mesa".
Oreli afirma que resolveu delatar o esquema de fraudes porque
não conseguia mais trabalhar.
Antes de comprar a Antares, o ex-integrante teve uma outra empresa, que faliu. "Eu tinha montado
uma antes, e o cartel conseguiu
me fechar", diz ele.
Texto Anterior: SDE fecha o 1º acordo da história Próximo Texto: Frases Índice
|